No último sábado (12) ocorreu uma assembleia dos metalúrgicos da Mercedes Benz, na fábrica de São Bernardo do Campo, na região do grande ABC, em São Paulo, para discutir decisão que autoriza a montadora a demitir os trabalhadores.
Conforme o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a assembleia foi chamada para discutir os seguintes pontos: 1) Deliberação sobre desdobramentos da negociação coletiva quanto ao chamado “Plano de Transformação” anunciado pela empresa; 2) Deliberação sobre proposta de Plano de Demissão Voluntária (condições); 3) Autorização para a diretoria do Sindicato celebrar acordos coletivos de trabalho relativos a esta negociação; 4) Outros assuntos de interesse dos trabalhadores na empresa.
A montadora quer demitir mais de 3.600 trabalhadores, sendo 2.200 diretos e 1.400 terceirizados.
A exemplo da Ford, que demitiu os trabalhadores, fechou a porta e deixou milhares de operários, incluindo também seus familiares, maridos, esposas e filhos, assim como ocorreu na própria fábrica da Mercedes Benz em Iracemápolis, no início de 2021, a montadora vem utilizando a chantagem contra os trabalhadores e, no início de setembro, anunciou a demissão de 35% dos 10.400 entre efetivos e terceirizados. Dos 3.600 trabalhadores, 60% são da área que produz ônibus e caminhões, mas a empresa disse que vai negociar com os representantes dos trabalhadores.
Naquele período, no dia 08/09 houve uma paralisação e os trabalhadores só retornaram ao trabalho no dia 12.
Conforme o Sindicato dos Metalúrgicos, no sábado de manhã, por volta de 10h00, os trabalhadores se reuniram na sede do SMABC para deliberar sobre a proposta do sindicato com os patrões.
O acordo do sindicato com a Mercedes Benz envolveu o facão que a empresa vai passar na cabeça dos trabalhadores, onde estavam envolvidos, em setembro (08) dois dias após o anúncio da demissão de cerca de 25% de seu efetivo e 10% dos terceirizados.
Não às demissões
Os sindicatos tiraram férias desde o início da pandemia do Covid-19 e parece que ainda não acordaram para a realidade e ainda continuam em casa, de férias, enquanto os trabalhadores estão no relento, deixando os patrões à vontade para fazer o que querem com os trabalhadores, além de explorá-los cada vez mais e aumentando, assim, seus ataques.
Não dá para aceitar de braços cruzados, como o sindicato está fazendo. É preciso reagir contra essa situação, em que a empresa quer impor a demissão dos trabalhadores para se servir da terceirização, utilizando-se de artifício empregado comumente pelas grandes empresas multinacionais, sanguessugas dos trabalhadores nos países em que se encontram.
Mobilizar imediatamente os trabalhadores para barrar a chantagem que a Mercedes Benz está fazendo, com uma greve com ocupação de fábrica. Outra questão que deve sempre ser lembrada é que os trabalhadores não precisam dos patrões para que a fábrica funcione, eles mesmos podem geri-la.