Israel está realizando a quinta eleição parlamentar em menos de cinco anos, demonstrativo de um regime em crise, uma miniatura do imperialismo decadente. Pelo fato de Israel ser um protetorado norte-americano, é instado a se mover conforme os interesses de dominação do Oriente Médio e por isso a crise no país se aprofunda.
De acordo com as últimas pesquisas, divulgadas quatro dias antes da votação, o bloco de partidos de oposição liderados pelo ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu deverá ganhar 60 cadeiras no Knesset, o parlamento do país, um a menos que a maioria. Seu principal rival, o primeiro-ministro Yair Lapid, e a coalizão que ele lidera, é projetado para ganhar 56 assentos.
Apesar do favoritismo e poder junto ao imperialismo e o regime sionista, de extrema-direita, os israelenses árabes estão se abstendo menos que em quaisquer eleições. O Centro de pesquisa relata aumento na participação de eleitores árabes. De acordo com aChord, da Universidade Hebraica, o aumento na participação dos eleitores israelenses árabes é da ordem de 44%. Portanto, de acordo com o ritmo atual, 54% dos israelenses árabes votarão quando as urnas fecharem. O Centro de pesquisa, em comunicado, ressalta “Essa taxa é inferior à taxa de votação de 60% necessária para garantir a representação no Knesset, mas de acordo com as previsões, é possível atingir esse percentual de votação durante a próxima hora e meia”.
O fator Netanyahu
Netanyahu, o primeiro-ministro mais longevo do país, que governou na década de 1990 e mais tarde de 2009 a 2021, foi destituído do poder no ano passado. Um novo governo foi formado sob um acordo multipartidária liderado pelo partido Yesh-Atid de Lapid e Yamina de Naftali Bennett. O gabinete incluía membros de um amplo espectro de ideologias políticas, com Bennett e Lapid liderando como primeiros-ministros alternados. Essa composição não deu certo, a Arábia Saudita começou a flertar com jihadistas, o Irã verticalizou seu sistema de defesa, a Síria se tornou mais instransponível e a resistência palestina e o Hizbollah se fortaleceram, e isso que importa em um Estado artificial, criado para matar. Apesar disso, a suposta ameaça do mal maior, Netanyahu, Lapid tenta se passar por moderado, e no Twitter não para de divulgar que todos os “democratas” vão às urnas, inclusive utilizou-se do universal discurso de paz do regime político, o que parece ser inútil a este momento, pois Netanyahu continua muito forte.

A habilidade de Netanyahu e apoio de Biden estão sendo decisivos até o momento na propaganda de Netanyahu, favorito na maior parte das pesquisas, de acordo com o Times of Israel, além disso conta com um fator importante, o crescimento da extrema-direita militante. Ben Gvir, um dos favoritos nas pesquisas, também é cabo eleitoral em favor de Netanyahu após promessa de um cargo em um futuro governo. Subindo nas pesquisas, Ben Gvir sobrevoou Beersheba, seu reduto, pedindo votos através de um alto-falante enquanto viajava para o centro de Israel: “Ou é um governo com [o líder do partido Unidade Nacional Benny] Gantz ou um governo com Ben Gvir”, declarou o legislador de extrema-direita antes de decolar, alegando que Netanyahu fará parceria se seu partido de extrema-direita não ganhar apoio suficiente. (O Times trata Netanyahu como “centrista”) .
39 partidos e um regime em crise
O Dia da Eleição e seu segundo turno são apenas a primeira fase de determinar o próximo governo. Uma vez que o mapa do Knesset seja definido pelos eleitores, cada partido fará uma recomendação ao presidente Isaac Herzog sobre qual líder do partido deve ter a primeira chance de formar um governo como primeiro-ministro. Se for bem-sucedido em atrair partidos que somam pelo menos 61 legisladores — garantindo-os através de promessas de acordos de coalizão, orçamentos, ministérios e distribuição de outras peças de poder — esse líder liderará um novo governo. Se não, e um potencial segundo turno de tentativas falhar, está de volta às urnas. Não conheceremos, portanto, o vencedor do pleito, porém, podemos asseverar que a crise é irreversível. A coalizão de Lapid não é democrática, Netanyahu é uma liderança no imperialismo e Gvir pode ser o futuro de Israel, ainda mais agressivo, mas o arranjo político, até o momento, parece reconduzir Netanyahu.