Durante o ato de ontem (1º) em apoio à Rússia, ocorrido em São Paulo, um simpatizante da manifestação, em sua fala no megafone, declarou: “Hoje é o dia de sabermos quem realmente é a esquerda neste País”. O companheiro falou que se sentia “enojado” dos setores da esquerda, como o PSOL e o PSTU, que não se posicionaram a favor da Rússia: “ou está com a Rússia, ou está com a OTAN”.
O ato fez parte de um dia nacional de mobilização em prol da Rússia, que contou com manifestações em frente à Embaixada russa, em Brasília, e nos consulados russos em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Porto Alegre e na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
O popular prosseguiu: “essa guerra vai mudar muita coisa. Não só o mapa geopolítico mundial (…), mas também quem é esquerda e quem não”.
O prognóstico está no sentido correto. Uma das lições que o conflito na Ucrânia está mostrando é que há um setor na esquerda nacional e na esquerda internacional que está completamente a reboque da política do imperialismo. Mesmo nos casos mais drásticos, quando essa política significa apoiar uma ditadura nazista brutal, como é o governo ucraniano.
A guerra da Rússia contra a OTAN está revelando que não foi um mero acidente de percurso que partidos como o PSOL e o PSTU apoiaram o golpe de Estado de 2016 no Brasil. Nem foi mero acidente que tais partidos se negaram a defender o ex-presidente Lula quando estava sendo perseguido e, até agora, se negam a apoiar a sua candidatura. A esquerda pequeno-burguesa, de tão cooptada pelo imperialismo, nega os princípios mais elementares da tradição da esquerda e do movimento operário.
Tais setores agora dizem ser “pacifista”, “contra a agressão russa” etc. Ignoram completamente que a OTAN está ameaçando a Rússia, bem como que o governo ucraniano é uma ditadura que matou mais de 13 mil pessoas.
O companheiro que falou no ato está certo. A ação militar russa servirá para separar o joio do trigo. Para mostrar quem é que está realmente disposto a derrotar o imperialismo em todas ocasiões.