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A Rússia mostrou

Guerra na Ucrânia: oprimidos descobrem fragilidade dos opressores

Países do mundo todo aprofundam contradições com o imperialismo devido à operação russa na Ucrânia.

A recente votação de uma resolução contra a Rússia na Organização Internacional do Trabalho (OIT) expôs novamente a fragilidade do imperialismo. Por mais que o documento tenha sido aprovado, afinal a OIT é apenas mais um dentre os organismos internacionais controlados pelos países imperialistas, economias importantes dentre os países atrasados não apoiaram a iniciativa, com destaque para os países do BRICS: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Esse é mais um importante fato político que só foi possível devido ao profundo abalo no poder de dominação imperialista.

As reações contrárias ao cerco contra a Rússia

O documento votado na última quarta-feira propõe entre outras coisas a adoção de sanções e embargos contra a Rússia por parte dos países membros da OIT, a suspensão de cooperação técnica da OIT ao país e a exclusão temporária da Rússia de todas as reuniões com poder de decisão do organismo. Além dos países do BRICS, Indonésia, Nigéria, Uganda, Paquistão e Camarões se abstiveram de referendar a agressão imperialista contra outro país atrasado com quem mantém relações comerciais.

Na semana passada, outra votação contra a Rússia teve uma enxurrada de abstenções, desta vez na UNESCO. As 24 abstenções somaram apenas 9 votos a menos do que os 33 apoios, uma diferença que deixa bastante clara a falta de poder de imposição e a percepção de diversos países de que a política imperialista contra a Rússia é prejudicial à maioria dos países do mundo. Essa percepção é tão concreta que até um governo capacho do imperialismo como o de Bolsonaro se viu impelido a discordar das diretrizes dos donos do mundo.

Ainda no começo do mês, Bielorrúsia, Síria, Coréia do Norte e Eritreia votaram contra uma resolução da ONU que condenava unilateralmente a Rússia pela situação no leste europeu. Outros 35 países se abstiveram, incluindo Índia e China, duas economias importantes dentre os países capitalistas atrasados. A Bielorrúsia, que recentemente sofreu uma tentativa de golpe impulsionado pelos países imperialistas, tem sido uma apoiadora direta das operações militares russas na Ucrânia, além de sediar as negociações de paz entre Rússia e Ucrânia.

O governo de Cuba emitiu uma contundente declaração oficial, onde afirma que “a Rússia tem o direito de se defender”. Além de contextualizar a situação atual com o agressivo avanço da OTAN em direção às fronteiras russas, os cubanos lembraram do esquartejamento da Iugoslávia em 1999, um verdadeiro show de horrores operado diretamente pelos Estados Unidos e pela OTAN.

Uma verdadeira coleção de fracassos do imperialismo

Iraque, Síria, Afeganistão e agora Ucrânia. As intervenções militares do imperialismo têm obtido seguidas derrotas e esse fato não passa desapercebido pelos países oprimidos pela dominação do capital monopolista. Na Síria, por exemplo, após anos com o governo nas cordas no combate a grupos armados apoiados pelos Estados Unidos, a Rússia chegou botando ordem na casa. E, ao contrário dos Estados Unidos, com autorização do governo sírio.

A derrota no ano passado no Afeganistão foi também bastante emblemática. A mais poderosa máquina de guerra da história não conseguiu sustentar a ocupação de um dos países mais atrasados do planeta. Enquanto o imperialismo e setores da esquerda pequeno-burguesa lamentavam a vitoria do Talibã, os povos oprimidos do mundo acompanharam atentos a uma incrível demonstração de fraqueza da “polícia mundial”.

A própria iniciativa russa em desmantelar o governo e as milícias nazistas na Ucrânia e frear o avanço da OTAN, por si só, já sinaliza ao resto do mundo que é possível bater de frente contra o imperialismo. O desenvolvimento da situação tem confirmado esse sinal. Os donos do mundo ficaram em choque com a ousadia russa e não conseguiram reagir como de costume.

Nem as covardes medidas econômicas, como as sansões, estão sendo impostas com facilidade. A falta de unanimidade explicita que cada vez mais os diferentes países percebem que a dominação mundial está profundamente abalada e isso abre novas possibilidades de atuação no cenário internacional. A destruição provocada pela política neoliberal ao longo das últimas décadas é prova incontestável de que seguir as ordens do imperialismo só afunda cada vez mais os países atrasados.

Imperialismo fraqueja, o mundo respira

O próprio fato de que na disputa atual diversos países atrasados tenham levantado a cabeça, se recusando a ceder às pressões imperialistas, mostra que o monstro já não assusta tanto quanto em outros tempos. É importante ressaltar que o imperialismo não negocia, ele simplesmente impõe o que quer com seu poder econômico, político e militar. Diante da crise capitalista que se arrasta, os países desenvolvidos despejam a conta sobre a imensa maioria dos países e povos do mundo, ao custo de milhões de vidas.

O novo cenário mundial inspira assim uma renovada confiança, especialmente para os povos e países que sofrem ataques diretos do imperialismo, seja militar ou economicamente. É o caso dos povos árabes no Oriente Médio, dos governos nacionalistas na Rússia, China, Irã, Venezuela, Cuba e por aí vai. E a tendência é que mais reações importantes tomem lugar nos próximos anos, pois mesmo diante do enorme poderio imperialista não reagir já tem custado demais.

Na mesma rota seguem as burguesias de diversos países atrasados, que não conseguem se desenvolver economicamente embaixo das botas do imperialismo. A ditadura mundial do imperialismo não está direcionada apenas aos povos, mas também contra essas burguesias mais fracas. A debilidade evidenciada nos últimos anos mostra que é possível tentar atuar com maior autonomia.

A esquerda mundial precisa ter isso em conta diante dos conflitos que virão. Se o imperialismo está de um lado, os revolucionários devem estar do outro. E atuando na situação política, não divagando na academia. A ficha parece estar demorando demais para cair, mas quando as massas se insurgirem não vai dar mais pra ficar em cima do muro.

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