Há algumas semanas, ativistas vem organizando uma nova edição da Flotilha da Liberdade, com o intuito de levar insumos à população palestina de Gaza, vítima do brutal bloqueio imposto pelo regime fascista do autoproclamado Estado de “Israel”. A expedição marítima, que levaria cerca de cinco mil toneladas de alimentos e medicamentos, está, no momento, impedida de zarpar e segue ancorada na Turquia. Dentre os ativistas presentes, está o brasileiro Thiago Ávila, que denuncia a obstaculização chave do imperialismo ao envio de qualquer forma de alívio à população civil de Gaza.
O portal de esquerda Opera Mundi reproduziu a seguinte declaração importantíssima de Ávila:
“A reunião com o presidente da Turquia [Recep Tayip Erdogan] não foi boa. Existem pressões externas muito fortes. Enquanto estamos preparando a ajuda humanitária e fazendo nossos treinamentos, o presidente da Alemanha [Frank-Walter Steinmeier] está aqui com a primeira demanda para o governo turco não permitir a partida da Flotilha.”
Ou seja, está demonstrado o caráter nazista do governo alemão, liderado pela “social-democracia”. Com a política de estado de “combate ao antissemitismo”, é preciso ser o segundo maior fornecedor de armas para o criminoso Estado de “Israel” e impedir que se levem insumos para as mulheres e crianças de Gaza. Além, é claro, de passar de maneira totalmente ilegal por cima do direito de manifestação da população alemã com a perseguição cada vez mais violenta às manifestações em defesa da Palestina no país mais rico da Europa.
Segundo Ávila, uma assessora do departamento de Estado dos Estados Unidos, da sessão de contraterrorismo, também estava presente nas discussões pressionando o governo turco para que a flotilha não saísse. Importante pontuar, pela n-ésima vez, que o atual governo norte-americano é do Partido Democrata, um “bastião da democracia” contra o demônio da extrema-direita trumpista. Se existe algo que o massacre na Palestina colocou à mostra de todo o mundo é o caráter secundário da contradição entre o imperialismo “democrático” e a extrema-direita, algo que nacionalmente se traduz na cada vez mais explícita aliança entre a burguesia “democrática” e o bolsonarismo.
Muitos são os obstáculos de tipo “burocrático”, para não dizermos fictícios. As autoridades turcas, pressionadas pelo imperialismo, exigiram o preenchimento de novos formulários e a procura de um novo porto em Istambul, de onde o comboio zarparia. Houve também a questão com a bandeira sob a qual a flotilha navegaria. Sob pressão do imperialismo, autoridades de Guiné-Bissau retiraram de dois navios a bandeira do país, impedindo-os de navegar.
A verdade de seis meses atrás se mantém: a exceção de alguns pouquíssimos governos, como os governos revolucionários do Iêmen e do Irã, as autoridades públicas estão rendidas diante do sionismo, até mesmo para garantir o envio de insumos para a população de Gaza, em que a maioria da população já se encontra em estado de inanição há meses
Como castigo aos palestinos pelo absoluto fracasso da operação militar sionista na Palestina ocupada, o imperialismo “democrático” faz valer de toda maneira o bloqueio genocida imposto pelos fascistas de Telavive. A realidade é que o aprofundamento da perseguição, que já é grande, com a repressão ao movimento estudantil nos Estados Unidos e na Europa e a tentativa de banimento do TikTok nos Estados Unidos, atinge novo patamar ao tentar bloquear um comboio humanitário com destino a Gaza para defender o governo genocida de Benjamin Netaniahu. Não há mais como esconder da opinião pública qual é a política dos governos imperialistas para a Palestina e, conforme essa máscara cai, o Estado de “Israel” e a política imperialista no Oriente Médio caem junto.