Ontem, 14 de dezembro de 2022, o novo governo peruano encabeçado pela vice-presidente Dina Boluarte, fruto de um golpe de Estado, resolveu decretar estado de emergência por 30 dias para tentar conter as manifestações violentas do povo pobre e explorado do Peru, que pede novas eleições com uma nova constituinte, fechamento do Congresso e a libertação imediata de Castilho, agora ex-presidente, deposto.
Segundo o ministro da defesa e capacho dos golpistas, Alberto Otárola: “Ficou acordado declarar estado de emergência para todo o país, devido ao vandalismo e à violência, à tomada de estradas e vias, que estão sendo controlados pela Polícia Nacional e pelas Forças Armadas”. A indignação da população foi tanta que os protestos custaram a vida de sete pessoas, assassinadas pela repressão, com ataques a escritórios públicos e privados e confrontos com a polícia. Assim, as forças armadas do Peru foram colocadas nas ruas para reprimir. Com isso, o direito de ir e vir ficou suspenso, é um estado de guerra contra a população.
Como já não bastasse, a justiça peruana avalia prolongar a prisão arbitrária de Castilho por 18 meses, e Dina Boluarte, junto com o Congresso e TSE, tem planos para antecipação das eleições para dezembro do ano que vem. Castilho resiste e convocou seus seguidores pelas redes sociais a irem no local onde se encontra preso e soltá-lo na marra.
É preciso, nesse momento, prestar todo apoio a Castilho e aos trabalhadores do Peru, que sofrem à décadas nas mãos de governantes pró imperialistas, banqueiros e capitalistas gananciosos que fazem do país uma verdadeira colônia de exploração de interesses privados. Castilho, de origem pobre e humilde, desde que foi eleito, buscou se amparar na direita enquanto enfrentava pressões, chantagens e conluios por parte da extrema direita peruana e seu entorno. Essa política lhe fez perder a sustentação no povo, o que armou a queda do governo, sem amparo dos trabalhadores, derrubado pela burguesia. Ainda assim, os trabalhadores do Peru perceberam que se tratou de um golpe de Estado contra eles, e saíram às ruas de maneira espontânea em mobilizações contra o golpe.