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Eleições 2022

Forças Armadas entregam relatório sobre as urnas eletrônicas

A principal discussão que deveria ter sido feita é em relação à mobilização da burguesia, enquanto classe, para impedir a vitória de Lula

Nessa quarta-feira (09), as Forças Armadas entregaram seu relatório sobre as urnas ao Superior Tribunal Eleitoral (TSE) relativo às eleições de 2022. Após questionamentos do presidente ilegítimo Bolsonaro, os militares se comprometeram a realizar uma auditoria do pleito para aferir a lisura do processo eleitoral.

“O Ministério da Defesa informa que, no próximo dia 9 de novembro, quarta-feira, será encaminhado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o relatório do trabalho de fiscalização do sistema eletrônico de votação, realizado pela equipe de técnicos militares das Forças Armadas”, disse o Ministério da Defesa em comunicado.

Em setembro de 2021, o então presidente do TSE, o ministro Barroso, convidou as Forças Armadas a compor a Comissão de Transparência das Eleições. Entretanto, desde que assumiu a presidência do órgão, neste ano, Alexandre de Moraes, o skinhead de toga do Supremo Tribunal Federal (STF), assumiu uma postura de guerrilha entre o judiciário e os militares. Todavia, Xandão deu para trás poucas semanas antes das eleições, jogando no lixo toda a sua retórica de que ninguém poderia contestar as urnas ao acenar ao exército e realizar um acordo permitindo que realizasse uma certa auditoria.

Ao mesmo tempo, os militares também diminuíram o tom de suas denúncias, cedendo a Alexandre de Moraes atingindo o que aparenta ser um meio termo. Nesse sentido, o relatório, que ainda será divulgado, provavelmente não tocará nos principais pontos que demonstram que, apesar da vitória de Lula, o pleito beneficiou Bolsonaro.

Em outras palavras, não denunciará as arbitrariedades cometidas por Alexandre de Moraes sobre o tratamento que ele deu a Bolsonaro. Afinal, Xandão não combateu as ditas fake news bolsonaristas, permitiu com total anuência a coação patronal nas empresas, que atingiu milhares de trabalhadores, e, no dia do segundo turno, fechou os olhos para as operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que, ao contrário do que afirmou o ministro, efetivamente impediram eleitores de Lula de votar.

Finalmente, as urnas, o foco do relatório das Forças Armadas, não são a única forma pela qual se monta uma fraude nas eleições. Todos os acontecimentos citados acima contribuem para isso e, assim, órgãos como o TSE, o STF e as polícias militares passarão ilesos da suposta auditoria militar que, até então, não pode nem mesmo ser considerada como uma auditoria séria.

No momento em que a burguesia estava se mobilizando enquanto classe para impedir a vitória de Lula, era possível denunciar, discutir e escancarar o tamanho da manipulação da votação do domingo. Entretanto, nesse momento, a imprensa burguesa, o judiciário e demais instituições representativas dos patrões esconderam completamente essa discussão.

Agora, o debate em relação à validez das urnas, na esfera proposta pelos militares, foge completamente do controle popular. É uma discussão técnica que poucos dominam, que poucos têm acesso e que, no final, está sobre o controle da burocracia das Forças Armadas.

Ou seja, quem vai determinar se as eleições são legítimas ou não são os militares, e não o povo que, antes, tinha total condição de participar completamente do debate proposto no decorrer das duas últimas semanas antes do segundo turno. Este último ficará completamente fora do processo. Não significa que, necessariamente, a burguesia, por meio dos militares, armará um golpe para impedir a posse de Lula. Mas, o ponto é que, caso queira, terá todas as armas que precisa em mãos para fazê-lo, escondendo, mais uma vez, o golpe por meio de uma discussão completamente técnica e esdrúxula.

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