Jair Bolsonaro já recebeu mais de 26 milhões de reais para o segundo turno de sua campanha. Entre os dias 10 e 20 de outubro, Bolsonaro recebeu R$ 26,4 milhões, segundo registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Sessenta doações em 10 dias de pessoas físicas somando esse valor. Do seu próprio partido, Bolsonaro recebeu desde o primeiro turno até agora a quantia de R$ 17 milhões, que não entram na soma do valor acima.
Os doadores
Conforme notícias dos periódicos da Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e Congresso em Foco, a maior quantia recebida individualmente por Bolsonaro veio de um advogado e pastor de uma igreja dita evangélica do movimento neopentecostal, Fabiano Zettel da igreja Bola de Neve, que doou R$ 3 milhões. Os empregados do pastor declararam que ele doou a Bolsonaro dinheiro vindo não das arrecadações da igreja, mas de atividades de investimento no ramo imobiliário e investimentos em uma mineradora que o pastor milionário mantém junto com a atividade religiosa. Zettel é sócio de um escritório de advogacia com sede em BH e SP que atua nas áreas societária e de fusões e aquisições. Essa igreja é conhecida por ter em sua liderança figuras da classe média alta, fato citado pelo historiador Maranhão Filho, ex-membro dessa igreja, que escreveu um livro falando sobre as ligações da igreja com o movimento do neoliberalismo, movimento que só favorece à alta burguesia.
O empresário Luciano Hang, dono da Havan, doou R$ 1 milhão a Bolsonaro, outro mega empresário da burguesia, doação feita poucos dias depois das eleições do primeiro turno.
O empresário Grendene e o irmão Pedro doaram R$ 1 milhão cada a Bolsonaro. Os dois são fundadores do Grupo Grendene, que fabrica calçados, entre outros produtos, as sandálias Melissa, Rider e Ipanema
Outra doação de empresários é da família Beira, dona da Ypê, também com cerca de R$ 1 milhão. Apenas Jorge Eduardo Beira, que após o primeiro turno doou R$ 500 mil à campanha de Bolsonaro. A família Beira no 1° e 2° turnos fez doações totalizando R$ 1,5 milhão.
O agropecuarista Hugo de Carvalho Ribeiro é o terceiro maior doador de Bolsonaro. O empresário é sócio do grupo Amaggi, liderado por seu cunhado, o ex-senador e ex-ministro Blairo Maggi. Carvalho repassou R$ 1,2 milhão a Bolsonaro. É uma multinacional que está em sete países. Além da trading, a companhia tem ramificação nas áreas de sementes, transporte fluvial, beneficiamento de soja, geração de energia e na área financeira.
Todos os doadores são donos de grandes empresas nacionais que estão apoiando Bolsonaro, geralmente esses capitalistas têm ligações com o capital internacional, como foi noticiado a respeito de Hugo de Carvalho do grupo Amaggi que tem investimentos na área financeira.
Bolsonaro (PL) lidera com margem grande as doações de pessoas físicas, de mega empresários. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou ter recebido R$ 1,4 milhão de pessoas físicas, Bolsonaro informou à Justiça eleitoral ter recebido R$ 71 milhões, ou seja, 50 vezes mais que a campanha do petista. A classe burguesa, nesta eleição específica, está 50 vezes com mais investimento, considerando Lula como representante da classe operária.
As instituições democráticas deveriam regular e coibir esse tipo de desnível de força dos participantes do pleito o deixa claro que a característica das instiuições, com o TSE por exemplo, que controla especificamente as eleições, estão dominadas pela burguesia pois além de facilitarem e permitirem este tipo de disparate, a cada ano criam empecilhos aos partidos com representação maior da classe trabalhadora.