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Propaganda e demagogia

Diante do fracasso na Ucrânia, imperialismo aumenta falsificações

Dificuldades do imperialismo em fazer frente à Rússia intensificam.

A propaganda anti-Rússia impulsionada pelo imperialismo tem sido desde o começo uma demonstração de desespero e improviso. No ímpeto de mostrar o sofrimento do “povo” ucraniano, slogans nazistas e até nazistas de carne e osso, milicianos armados, têm sido propagados. A censura aos veículos de comunicação russos, que estavam inclusive combatendo as notícias falsas, escalou rapidamente para estabelecer como narrativa homogênea a defesa da ditadura fascista na Ucrânia.

A falsificação de “crimes de guerra”

Mesmo diante de uma ação militar operada com um nível de cuidado com os civis que destoa de todas as ações militares ocorridas nos últimos anos, incluindo as que estão ocorrendo agora, os monopólios da comunicação insistem em propagar que os russos estão agindo com enorme brutalidade. No início, a própria ação militar foi apontada como um raio em céu azul, uma agressão somente explicada pelo caráter “diabólico” de Putin e dos russos em geral. Em seguida, vieram as denúncias de crimes de guerra, que estavam sendo desmascaradas uma a uma pela imprensa russa, antes da “censura do bem” se estabelecer plenamente na Europa.

A mais recente dessas denúncias tem como cenário a cidade de Bucha, próxima a Kiev. A pequena cidade foi ocupada logo no começo da ação militar russa no final de fevereiro. Após avanço nas negociações de paz, as tropas russas retrocederam e deixaram a cidade, mas poucos dias depois surgiram as acusações de crimes de guerra contra os russos. Ganharam destaque na imprensa imperialista imagens de civis mortos nas ruas, alguns amarrados e com lenços brancos, como se tivessem sido executados enquanto pediam por paz. Um cenário horrendo e com muitas evidências de ter sido montado após a saída dos russos.

O diário britânico Daily Mirror teve a indecência de colocar uma das imagens na sua capa com a palavra “genocídio” escrita em letras garrafais. Antes de citar os indícios de que o macabro cenário foi montado, cabe um instante de reflexão sobre a estratégia russa. Até na imprensa imperialista pudemos ler análises que deixavam claro que a Rússia tem poder bélico suficiente para esmagar a Ucrânia caso agisse sem os cuidados com os civis. Um cuidado que, entre outros motivos, tem a ver com não municiar a imprensa imperialista com material de propaganda de guerra. Agora, para que tanto cuidado ao longo de toda essa ação militar, desde o começo, para de repente entregar uma cidade cheia de cadáveres espalhados pelas ruas?

Em um dos vídeos amplamente divulgados, pelo menos cinco evidências de encenação foram elencadas (https://southfront.org/afu-crimes-in-bucha-kiev-region-false-flag-propaganda-attack-against-russia-revealed-photos-video/): 1. todos os mortos estão com os rostos para baixo, impedindo a identificação; 2. uma miscelânea de pessoas em situações diferentes, pessoas com as mãos amaradas aparecem ao lado de pessoas com as mãos livres, uma pessoa aparece ao lado de uma bicicleta, além de civis identificados com pulseiras brancas (sinal para identificar civis em áreas controladas pelos russos, por motivo de segurança dos próprios) ; 3. quase nenhum traço de sangue perto dos mortos que teriam sido executados com tiros a queima roupa; 4. nenhuma mulher ou criança, apenas homens; 5. um dos “mortos” é visto se levantando pelo retrovisor.

A explicação para os homens mortos foi exposta num outro vídeo, publicado pelo líder da defesa territorial de Kiev, Sergei Korotkov. No começo do vídeo um miliciano ucraniano pergunta “tem homens aqui sem pulseiras azuis (que identificam civis em áreas controladas pelas forças que apoiam o governo ucraniano), posso atirar neles?” e recebe como resposta um “claro, p…”.

O Ministro de Defesa Russo comparou o caso atual com a encenação em torno de uma maternidade em Mariupol inclusive esclareceu que durante a ocupação russa na cidade cerca de 450 toneladas de ajuda humanitária foram distribuídas aos moradores dos arredores de Kiev, que nenhum civil foi sequer machucado durante o período e que as tropas russas saíram completamente de Bucha em 30 de março, cinco dias antes das fotos amplamente divulgadas para difamar os russos.

O deboche no Grammy Awards

Se por um lado, temos uma enxurrada de notícias falsas mostrando cenários adulterados para produzir provas contra os russos, por outro temos uma campanha de demagogia despudorada impulsionada pelo imperialismo. O presidente comediante e nazista Volodymyr Zelensky foi subitamente transformado em um herói da humanidade, um paladino da paz e da justiça.

No último domingo, durante a premiação para produções musicais do Grammy o ainda presidente ucraniano fez um discurso enfadonho pedindo uma ajuda genérica aos músicos em nome da “paz”. Foi um show de frases ensaiadas como “nossos filhos desenham foguetes, não estrelas cadentes”, “nossos músicos usam coletes em vez de smokings” e “preencha o silêncio com sua música”. Um discurso improvável para um “resistente” que estaria acompanhando os acontecimentos de perto, uma pieguice incompatível com o calor da guerra. O ponto principal da peça de propaganda do imperialismo diz respeito à intensificação da campanha nas redes sociais. Nas palavras do próprio Zelensky “diga a verdade sobre a guerra em suas redes sociais, na TV, apoie-nos da maneira que puder”.

É necessário explicitar que esse nível de desespero, apresentar uma peça de propaganda tão apelativa numa premiação de música, acompanha o tamanho do fracasso imperialista na Ucrânia. Mesmo com todo o poder econômico do bloco imperialista, ele tem falhado seguidamente nas tentativas de isolar a Rússia, que segue firme no seu objetivo de desnazificar a Ucrânia.

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