Restando duas semanas para o término do segundo turno das eleições presidenciais, a disputa entre o candidato dos trabalhadores, Luís Inácio Lula da Silva, e o candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro, está cada dia mais acirrada. Seja nas extremamente suspeitas pesquisas da burguesia ou na mobilização de apoiadores nas mais diversas regiões do país, fica claro o clima de acirramento político nas vésperas das eleições.
De frente a esta situação, Lula abandonou a política de contenção da mobilização, acabou com o “cercadinho” e os comícios controlados, para verdadeiras manifestações de rua em apoio a sua candidatura. Iniciando em São Bernardo do Campo, tradicional reduto operário de Lula, passando em Guarulhos, no Complexo do Alemão, e agora nas principais cidades do nordeste, Lula vem mobilizando centenas de milhares de pessoas nas ruas de todo país.
É preciso sair às ruas
A campanha enfim, ganhou um ar mais positivo, Lula em contato direto com o povo, manifestações vermelhas em clima de forte agitação política. No entanto, é preciso ir além dos comícios. Ao mesmo tempo que Lula, no que parece ser mais uma tentativa individual de levar sua campanha à esquerda, mobiliza seus “apoiadores” da chamada frente ampla desmobilizam todos. Tebet exigiu a substituição do vermelho pelo branco nos atos, nas redes sociais, marqueteiros focam muito mais em uma campanha de ataques morais contra Bolsonaro, e em grande medidas ataques direitistas, no lugar de levantar a campanha popular, e ao mesmo tempo, a direção do PT se vê paralisada e não movimenta a militância com materiais e uma real campanha nas periferias.
O resultado das eleições no primeiro turno, assustou muitos dirigentes do Partido dos Trabalhadores que confiavam em uma fácil vitória de Lula contra Bolsonaro, e serviu para mostrar que é necessário ir para onde está os trabalhadores, nos bairros populares, nas fábricas, mobilizando a base proletária em apoio a Lula e inclusive virando os votos de milhares de trabalhadores, que graças a falta de presença da esquerda nos locais onde está o trabalhador, permitiu o surgimento de focos de apoio à extrema-direita.
Uma campanha corpo a corpo com os trabalhadores
Este é o momento de estar nas ruas para derrotar o golpe, Bolsonaro e toda a direita golpista, dos tucanos à Rede Globo. Em primeiro lugar, deve se deixar de lado a política de dependência dos supostos aliados da burguesia dita democrática. Não há burguesia democrática, não há burguesia, muito menos o imperialismo, do lado de Lula. Ficando evidente inclusive, pelas declarações de jornais importantes da imprensa burguesa, como Folha de São Paulo e o Estadão, que a política central do bloco principal da burguesia brasileira é de apoiar Jair Bolsonaro no segundo turno.
Com estes não pode se esperar nada, pelo contrário, são os principais responsáveis pelo golpe e maior inimigos da classe trabalhadora. Por isso, é preciso dar total atenção ao trabalho militante, de rua, corpo a corpo com os trabalhadores, convencendo a cada operário a importância de votar em Lula. É preciso ir nos bairros populares, explicar por que é preciso tomar às ruas e votar em Lula, por que Bolsonaro é o inimigo dos trabalhadores, é preciso convencer desde o indeciso a até mesmo o eleitor pobre de Bolsonaro. A campanha só terá sucesso por meio da mobilização popular.
É importante destacar este problema, pois é justamente a mobilização popular que poderá garantir não apenas a vitória de Lula nas eleições, como também, o seu próprio governo. Caso Lula seja eleito, ele apenas conseguirá governar e garantir conquistas aos trabalhadores caso a população esteja mobilizada. A extrema-direita nestas eleições ganhou o controle do regime político, seja no Senado ou na Câmara, ou até mesmo nos estados, a extrema-direita ultrapassou o centrão, a direita tradicional, e com ela Lula terá forte oposição.
Por meio da ação militante é que os trabalhadores poderão lutar contra o golpe. O Partido da Causa Operária neste sentido, lançou já meio milhão de panfletos para uma ação imediata da militância em todo o país. O Partido dos Trabalhadores precisa fazer o mesmo, imprimir dezenas de milhões de panfletos, materiais de rua, para conversar com os trabalhadores, e mobiliza-los para lutar por Lula Presidente.
A campanha de Jair Bolsonaro demonstrou que a extrema-direita tem potencial de crescimento em setores populares caso não haja ação real da esquerda. Bolsonaro se coloca como o candidato anti-sistema, enquanto o regime político colapsa. No entanto, o verdadeiro candidato anti-sistema é Lula, o candidato dos trabalhadores. E é neste sentido que é preciso mobilizar as bases populares para uma intensa campanha. De nada adianta as alianças com Tebet e Ciro, que possuem apoio algum nos trabalhadores, de nada adianta confiar na Rede Globo, órgão de imprensa oficial do regime golpista e do imperialismo no país. Estes são os primeiros a golpear Lula e apoiar Jair Bolsonaro. Por isso, é preciso se apoiar na mobilização dos trabalhadores, o único caminho para de fato resultar em uma vitória fundamental de Lula no segundo turno.