Pouco menos de uma semana atrás, no dia 18 de novembro, se encerrou a COP27, a conferência da ONU acerca das mudanças climáticas, que começou no Egito no dia 6 do mesmo mês. Antes do início do evento, levou-se adiante a típica campanha contra os países atrasados, quando estes não se colocam numa posição da mais absoluta subserviência ao imperialismo, de que seriam ditaduras horrendas, de que ali mulheres não têm direitos, nem os homossexuais, etc. De fato, é o caso, no entanto, não se fala de que a ditadura militar egípcia, derrubada em 2011 por mobilizações populares e que retornaria ao poder em 2013 através de um golpe de Estado contra a Irmandade Muçulmana, foi posta e recolocada no poder pelo imperialismo. Dado que toda a campanha foi levada adiante por funcionários do imperialismo, melhor jogá-la no lixo – só um pequeno-burguês com a memória de um peixe poderia se emocionar com bobagens do tipo.
Quando chegou a hora do evento, fora algumas poucas intervenções de chefes, ou futuro chefes, de Estado minimamente nacionalistas de países atrasados, como Lula e Maduro (vale lembrar que nem Xi Jinping, nem Putin estiveram ali presentes), tratou-se de um espetáculo de demagogia barata. Enquanto os países imperialistas europeus destroem suas florestas para sobreviverem ao inverno depois de impor duríssimas sanções à Rússia, se prega que seria preciso reflorestar os países atrasados, mudar sua agricultura “destruidora” para uma agricultura “mais sustentável”, que se deveria diminuir o consumo de carne no mundo (em que bilhões de pessoas passam fome), e é claro, como não poderia faltar, todo tipo de demagogia identitária da mais rasteira. Um verdadeiro show de horrores.
Vale mencionar que as discussões de financiamento por países imperialistas para a “transição energética” nos países atrasados, ou coisa do tipo, não chegam nem perto daquilo despendido para armar os nazistas ucranianos ao longo dos últimos 8 anos. Só um verdadeiro palhaço para acreditar que a burguesia imperialista está preocupada com a destruição do meio ambiente.
Outra escatologia que vale menção é o protesto feito por “ucro-nazis e polaco-nazis” (muito preocupados com o meio-ambiente certamente!) durante uma sessão em que estavam presentes figuras da indústria petroquímica russa, afinal de contas “combustíveis fósseis matam!”. Parecem ignorar que seu maior patrão, o imperialismo norte-americano, promoveu um verdadeiro genocídio no Oriente Médio devido à questão dos combustíveis fósseis, além de ser de longe o maior poluidor do mundo. Na linha de funcionários dos norte-americanos, é “curioso” que o país com a segunda maior delegação à COP27 foi o Brasil, tendo como seus membros, em geral, figuras das mais diversas ONGs pró-imperialistas no país. Se existe algo claro como água é que os falsos índios da bancada do cocar a serviço de John Kerry serão pontos de apoio à política imperialista acerca da Amazônia.
Muita conversa fiada, poucas resoluções e demagogia de sobra. O de sempre.