Há menos duas semanas do final da campanha eleitoral do segundo turno, e no momento em que, por iniciativa do próprio ex-presidente Lula, sua campanha adotou um tom mais combativo de mobilização nas ruas, levando centenas de milhares de pessoas em diversas capitais a se mobilizarem em apoio ao candidato de oposição ao regime golpista, rejeitando a tese dos fracassados da direita que se apoiam em Lula de que seria o caso de “usar branco”, um novo “eixo” é apresentado por setores direitistas infiltrados na campanha de Lula, mais uma vez, com apoio de setores desnorteados da esquerda, a maioria dos quais atribuiu a derrota do candidato reserva do PT, Fernando Haddad em 2018, às chamadas fake news, “limpando a ficha” da direita golpista que derrubou a presidenta Dilma Rousseff (PT) se qualquer crimes, condenou e prendeu ilegalmente o ex-presidente Lula, impediu arbitrariamente sua candidatura e o manteve na cadeia por 580 dias.
As mentiras da campanha de Bolsonaro, que acabou apoiado por todos os partidos e candidatos fracassados da direita golpista – inclusive pelo abutre Ciro Gomes que virou para Paris e atacou Lula, para não apoiar Haddad -, teriam sido na “análise” fantasiosa dessa esquerda a causa de todos os males do País e transformado Bolsonaro no pior de todos os males (e até mesmo no único mal a ser derrotado), deixando-se de lado os políticos mais tradicionais da burguesia, mesmo aqueles que ao longo de décadas degradaram as condições de vida do País, impuseram a fome em larga escala, privatizaram a preço de banana a maior parte das empresas estatais etc.. e, por meio do regime imposto por eles com o golpe de Estado, levaram Bolsonaro ao governo.
Agora, setores direitistas querem apontar para Lula e para a esquerda que o caminho para derrotar Bolsonaro é ter uma boa denuncia (verdadeira ou não contra o fascista Bolsonaro e sua reacionária família) que isso irá garantir a vitória de Lula.
Para esses senhores, trata-se de usar alguns dos métodos tradicionais da direita, como a campanha contra a corrupção e a denuncia sobre a conduta moral do, agora, opositor, para que Lula vença as eleições.
Nada mais natural que apareça no comando dessa operação, um ex-bolsonarista, o deputado André Janones (Avante-MG), eleito na onda direitista encabeçada por Bolsonaro, em 2018. E que esta “iniciativa” (repetimos: cópia da política da direita) seja apoiada por políticos fracassados, que buscam recuperar algum prestígio se passando por aliados de Lula, como a ex-presidenciável e senadora Simone Tebet (MDB).
O mote da vez, é a suposta denuncia de pedofilia do ultrareacionário Bolsonaro, que entrou no “embate”, segundo divulgou a imprensa capitalista, gastando mais de R$150 mil em 3 anúncios para contestar a acusação que “bombou” nas redes sociais, depois que o chefe do Executivo revelou ter encontrado meninas de 14 e 15 anos “se arrumando para ganhar a vida”, em São Sebastião, no Distrito Federal, e ter declarado, segundo vídeos que circularam pela internet que “pintou um clima”.
Como se viu em todo o período de governo e na campanha eleitoral, esses direitistas não querem denunciar Bolsonaro por ter acabado com aposentadoria de milhões de pessoas, de ter levado à morte durante seu governo mais de um milhão de brasileiros na pandemia, de ter entregue bilhões em riquezas naturais (como o petróleo) e bens públicos (como refinarias privatizadas, Eletrobrás etc.) porque, em todos esses gigantescos e reais crimes a direita golpista foi parceira e sócia, no Congresso Nacional, no comando da maioria dos governos estaduais, municipais etc..
Também não querem que a tônica da campanha de Lula seja cada dia mais a mobilização popular, o que eles vêem como algo muito perigoso para os seus próprios interesses. Para esses direitistas, inimigos dos trabalhadores e das suas reivindicações, uma das piores coisas que pode acontecer é que a campanha de Lula avance para derrotar Bolsonaro por meio da canalização da revolta popular, da sua organização, do convencimento do povo trabalhador nos bairros e locais de trabalho sobre o que realmente está em jogo.
É preciso se opor à essa politica reacionária, desmobilizadora. E que pode ser enfrentada por Bolsonaro e seus aliados – como se deu no passado – com falsas denúncias contra Lula e a esquerda.
É preciso se opor à covardia política dos setores da esquerda que se submetem à essa operação. Dos que se mostram em claro desespero eleitoral pelo fracasso de sua política de aliança com a burguesia golpista e que não apostam (e nunca apostaram) na força da mobilização dos trabalhadores e de suas organizações, como o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad que apoiou a iniciativa, como frases publicadas em seu twitter como “Bolsonaro consegue ser ainda pior do que o Arthur do Val. Impressionante. Dia 30, a gente cassa o pedófilo“.
Chafurdar no lamaçal da política da direita, nunca foi o caminho para uma vitoria efetiva dos trabalhadores contra a burguesia.
Em oposição à essa política de fracassados, de políticos de segunda linha da direita, intensificar a mobilização combativa, vermelha, nas ruas, nos bairros operários, por meio do corpo-a-corpo, do trabalho de porta a porta para esclarecer milhões sobre o que realmente está em jogo e porque é fundamental par ao povo trabalhador a vitória de Lula, o candidato do povo, da luta contra o regime golpista, sobre o candidato do golpe, da direita, dos ataques aos trabalhadores.