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Geraldo Alckmin

Comendo pela beirada

A política conciliadora cede cada vez mais espaço para a direita tentar dominar a candidatura Lula

A imprensa capitalista e até mesmo setores da imprensa alternativa deram destaques, nos últimos dias ao fato do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB) estar supostamente mantendo entendimentos com o comando da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para nomear colaboradores de sua confiança na coordenação de campanha e do programa de governo.

O PIG (Partido da Imprensa Golpista) chega a destacar que “Alckmin quer aliados de confiança na coordenação de campanha de Lula“. De um modo geral, está-se a ideia de que o ex-governador de São Paulo e ex-presidente do PSDB, poderia se valer de sua experiência para a elaboração de um programa de PPPs (Parcerias Público-Privadas), contando com a experiência que adquiriu como governador de São Paulo.

O pasquim tucano, a Folha de S. Paulo, destacou na sua sessão Painel,  que chefia o governo paulista, Alckmin patrocinou uma lei das PPPs que incluiu a criação da CPP (Companhia Paulista de Parcerias), que servia como um fundo garantidor para as empresas privadas que participassem de projetos do Estado.

Com estas e outras medidas vai ficando evidente que a presença do neoliberal tucano na chapa de Lula não visa, de forma alguma – como anunciam alguns dirigentes da esquerda – promover uma aproximação de setores da direita das propostas da esquerda, em geral, ou de Lula, em particular, mas servir como base para pressionar o ex-presidente Lula e toda a sua campanha, no sentido oposto, na direção da capitulação para propostas caras à direita golpista, como a defesa das PPP, das privatizações etc.

Não por acaso, se anuncia que Alckmin vai escolher “pessoas de confiança” sua para pressionar no sentido dessas políticas direitistas. Isso significa buscar desarmar a campanha de Lula daquilo que ela tem de mais progressista, ou seja, o enorme potencial que ela tem para mobilizar os trabalhadores, a juventude e outros setores dos explorados contra a ofensiva, a política que a direita impôs – de forma mais acelerada – com o golpe de Estado. Se profundamente vitoriosa essa posição, a campanha de Lula deixaria de ser um polo de defesa das reivindicações populares, para ser uma campanha de defesa do programa neoliberal de Alckmin, PSDB e outros setores da direita golpista para o País.

Na medida em que Lula reage, empiricamente, em vários aspectos à essa pressão, quando discursa contra as privatizações, contra a existência do teto de gastos etc. a direita reage, chama Lula de irresponsável, como fez o reacionário jornal O Estado de S. Paulo, nesta semana, ataca Lula de fora de sua campanha, Alckmin, o PSB e outros “cavalos-de Tróia” infiltrados em sua campanha, procuram atacar-lo por dentro da campanha.

Como assinalamos inúmeras vezes nesse Diário, não trazem qualquer apoio real para Lula – uma vez que não têm apoio popular – mas se apóiam em Lula, no seu prestígio, para tentar minar por dentro o caráter combativo de sua campanha, de oposição ao regime golpista decadente. Uma politica que serve para minar as chances de vitoria de Lula que, para ser vitorioso, depende de uma ampla mobilização popular que derrote a direita, o que não pode ser feito com base em políticas hostis aos interesses dos trabalhadores, mas justamente como parte da luta contra elas.

Essa trama para minar a base política da campanha de Lula, se junta a outras manobras como a rendição do PT diante de políticos burgueses reacionários, como o prefeito do ex-prefeito Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), para o governo de Minas Gerais que conseguiu que o PT não só abrisse mão de disputar o governo estadual, como também desistisse da candidatura ao Senado do seu líder na Câmara, o deputado federal Reginaldo Lopes e passasse a apoiar o senador Alexandre Silveira (PSD), candidato à reeleição. Silveira é ex-delegado de polícia e chegou ao senado após eleger-se primeiro suplente de senador do ex-governador Antonio Anastasia (PSDB), que foi indicado pelo “centrão” para o cargo de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).

Os “aliados” burgueses do PT, retirados do “túmulo” pelas enormes concessões políticas do Partido à direita golpista que derrubou Dilma e prendeu Lula, vão colocando as “manguinhas de fora”, procurando conter Lula e defendendo seus mesquinhos interesses políticos. Outro exemplo é o ex-deputado Paulinho da Força, presidente do Solidariedade, que busca se reeleger e se “recolocar no mercado politico” se passando por aliado de Lula, ao mesmo tempo em que São Paulo, declarou apoio ao governador tucano, Rodrigo Garcia (PSDB), contra a candidatura de Fernando Haddad (PT). Com aliados assim, quem precisa de adversários?

Fica cada dia mais claro que o PT e a esquerda de um modo precisa abandonar essa política de conciliação a todo o custo pois isso vai dando cada vez mais espaço pra direita e colocando a a campanha de Lula no caminho da desmoralização e da derrota.

É preciso por um freio à essa situação em que a direita vai assumindo o comando de aspectos centrais da campanha do ex-presidente, como se Lula fosse o vice de Alckmin.

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