Em mais um tijolo no túmulo do domínio econômico e político norte-americano, a Cúpula das Américas perigava ser esvaziada com a ausência do presidente mexicano e do presidente brasileiro.
André Manuel Lopes Obrador, presidente do México, disse que não irá ao evento se Cuba, Venezuela e Nicarágua não forem convidados.
Jair Bolsonaro, o presidente golpista, não iria por motivos caseiros: está preocupado em fazer a campanha aqui mesmo pela sua reeleição. Indo à Cúpula, ele não teria nada a ganhar em termos de imagem e propaganda.
Bolsonaro, como uma pessoa bem sensível e passional que é, declarou recentemente:
“Quando entrou o Biden, de minha parte não mudei política com ele. Encontrei com ele no G20, passou como se eu não existisse. Foi o tratamento dele com todo mundo, não sei se é a idade.”
O presidente norte-americano mandou mensageiro entregar pessoalmente o convite a Bolsonaro, que a partir de então se deixou levar pelo encantamento de Joe Biden.
Antes e após a eleição do representante do Partido Democrata norte-americano à presidência da república, havia entre os identitários e a esquerda pequeno burguesa a ideia de que ele seria um feroz opositor do seu similar brasileiro.
Biden era visto como aquele que iria colocar Bolsonaro na linha e até mesmo que iria ajudar a derrubá-lo, tão grande seria a influência dos EUA sobre a burguesia brasileira.
Desorientada como sempre, a esquerda não percebeu e ainda não percebe que Biden foi um dos que ajudaram, junto com Obama, a dar o golpe no PT e em Dilma Rousseff em 2016, além de estar entre os principais mentores e instigadores da operação “Lava Jato”, que colocou o presidente Lula na cadeia e destruiu parte da economia brasileira.
Portanto, Biden e Bolsonaro não estão em oposição ferrenha, pelo contrário, estão afinados em muitas coisas, principalmente no mais importante, que é a privatização das últimas estatais brasileiras, sobretude aquelas que ainda controlam a energia elétrica e o petróleo no país, a Eletrobras e a Petrobras.
A cúpula das Américas, invenção do imperialismo, só serve como “beija mão” por parte dos súditos ao imperador americano.
Nada mais que isso.