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Henrique Áreas de Araujo

Militante do PCO, é membro do Comitê Central do partido. É coordenador do GARI (Grupo por Uma Arte Revolucionária e Independente) e vocalista da banda Revolução Permanente. Formado em Política pela Unicamp, participou do movimento estudantil. É trabalhador demitido político dos Correios e foi diretor da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios)

Crônicas da Copa

Ataques a Neymar: oportunismo, politicagem e baixaria

Mesmo com espetáculo da Seleção, somos obrigados a ver as demonstrações de baixeza da pequena burguesia contra o futebol

Meus amigos, o dia seguinte da espetacular vitória do Brasil contra a Sérvia poderia ser apenas de festa. Mas infelizmente estamos num País em que a classe média aprendeu a falar mal da própria cultura, uma espécie de reflexo condicionado de que tudo o que é feito no Brasil é ruim. Falam isso da nossa história, dos nossos personagens históricos, por que não falar também do nosso futebol?

Então, apesar da festa e do alívio da primeira vitória, diga-se de passagem, das seleções favoritas, o Brasil foi a que enfrentou a melhor seleção na estreia, fomos obrigados a ver um espetáculo repugnante de pequeno-burgueses felizes não com a vitória da Seleção, mas com a contusão de Neymar.

Na coluna anterior, chamei de oportunista quem estava criando um falso antagonismo entre Neymar e Richarlisson. Inventaram até que o centro-avante brasileiro é um esquerdista, insinuam até mesmo que ele possa ter votado em Lula. Para mim, isso pouco importa, Richarlisson tem que fazer gol como fez muito bem. É craque e ponto final.

Essa política é oportunista e é politiqueira porque está usando um jogador que se destacou na partida para fazer campanha política contra outro jogador. Eles não gostam de Neymar então usam Richarlisson para atacá-lo.

Mas o mais impressionante e repugnante foram os comentários comemorando a lesão de Neymar. Nem vou aqui perder tempo falando o que é óbvio: há algo de sádico e desumano nessas colocações. O jogador saiu de campo chorando e com dores e não vai jogar os dois próximos jogos.

Vamos falar aqui sobre o problema da lesão do ponto de vista do futebol. A ausência de Neymar vai fazer muita falta para o time, só não será tão decisiva como foi em 2014 porque a Seleção tem um banco de reservas repleto de craques. Neymar tem mais qualidade e experiência do que eles, mas com certeza eles são superiores a qualquer outro jogador de qualquer outra Seleção. Mas daí a dizer que Neymar não apenas não fará falta, como a Seleção vai melhor sem ele, é coisa de gente mal intencionada.

Neymar é o homem da Seleção para criar as jogadas, abrir espaço na marcação – como fez no primeiro gol do Brasil – e fazer a ligação entre o meio e o ataque. Ninguém melhor do que ele para fazer isso. Tite terá problemas para montar o time.

Há, ainda, a questão emocional. A saída de Neymar pode desestabilizar o time. E sobre isso é importante dizer: aqueles que comemoram a sua saída estão colaborando para essa desestabilização do elenco. Podem falar o que for, mas sim, os que estão achando boa a saída de Neymar não estão torcendo realmente contra a Seleção, estão mais preocupados com a sua opinião individual sobre o jogador, isso no melhor dos casos.

No pior dos casos, estão preocupados em fazer campanha política rasteira usando Neymar. E voltamos aqui ao oportunismo pequeno-burguês que funciona mais ou menos assim: “não gosto de Neymar, comemoro sua lesão, não me importo qual o resultado isso terá para a Seleção”. Essa é a mentalidade oportunista. Aparecer torcendo para o Brasil, enquanto faz campanha contra o jogador principal da Seleção. A preocupação não é com o desempenho do time, é com a desgraça de Neymar. Se o Brasil perder, esses que estão falando mal de Neymar não vão ligar a mínima. Essa é a grande realidade.

Gregorio Duvivier, assim que acabou o jogo, fez postagem no Twitter dizendo: “Brasil 2. Neymar 0”. Qual é o interesse disso? Logicamente que é atacar gratuitamente o jogador e a Seleção toda. É como quem diz, “eu não ligo para o Brasil, o mais importante é que eu não gosto de Neymar”. Outra esquerdista de classe média, Laura Sabino, tuitou o seguinte: “Brasil vai conquistar o hexa e o Neymar vai estar completamente apagado durante toda a campanha”. Qual é o interesse disso? O que isso vai acrescentar para o Brasil. De maneira oportunista, ela e aproveita da lesão de um jogador para atacá-lo. Uma verdadeira baixaria.

A esquerda, com isso, mostra uma completa pobreza de espírito, uma falta de amor ao próprio país, à cultura do próprio país. Aqui, vale qualquer coisa, qualquer baixaria, para fazer politicagem contra um jogador de futebol.

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