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Crise explosiva

Aonde vai o Reino Unido?

Demissão de Liz Truss é sintoma da decomposição do regime político britânico

Em apenas seis semanas, Liz Truss, primeira-ministra do Reino Unido, renunciou. O motivo da renúncia é a crise no interior do Partido Conservador e a incapacidade de resolução da crise energética, provocada pela manutenção das sanções à Rússia. O efeito inflacionário e a alta dos juros é o motivo subjacente à renúncia.

A retirada estratégica de Boris Johnson, o mais popular líder dos Conservadores, não serviu para abafar a crise do partido, tampouco a crise econômica. A renúncia da primeira-ministra aprofundará a crise política, algo que o Partido Conservador dificilmente conseguirá suportar. Em 12 anos, três primeiros-ministros do Partido Conservador foram forçados a renunciar, reforçando ao povo britânico o descontrole partidário e a crise do imperialismo.

As eleições não devem demorar a ocorrer em virtude da profunda crise, mas o favorito no parlamento é novamente Boris Johnson, o que desencadeará uma série de revoltas no Reino Unido e no Commonwealth, lembrando que recentemente a Rainha Elizabeth II faleceu, aprofundando o sentimento independentista em uma série de países. O fato da imprensa capitalista divulgar Boris Johnson como possibilidade, provavelmente o regime não suportaria tamanho equívoco, mas serve como manobra para despistar a liquidez com que os mercados estão agindo no mundo.

Outra questão posta é a possibilidade da ala direita do Partido Trabalhista tomar o poder (embora a prerrogativa de eleger o primeiro-ministro seja dos Conservadores no momento), uma ala identificada com o imperialismo, que golpeou Jeremy Corbyn, com a plantação de mentiras sobre suposto antissemitismo, retirando-o da presidência do partido. Essa operação poderia socorrer o imperialismo, pois, de um lado os Conservadores estão desmoralizados, por outro, a ala pró-imperialista dos Trabalhistas poderia continuar o plano em marcha dos Estados Unidos, isto é, manter o seu lacaio Reino Unido em ruínas.

A fraqueza dos Conservadores se manifestou pela pressão maior ter vindo da oposição britânica, que insistiu que Truss renunciasse, e pediu que uma eleição geral fosse convocada “imediatamente”. A ala direita do Partido Trabalhista afirma que a crise econômica, aprofundada desde o Brexit, não foi e nem será enfrentada pelo Partido Conservador.

A então primeira-ministra britânica Liz Truss tentou promover um plano econômico baseado na remoção de taxas de imposto de renda de 45% sobre os que ganham mais; prometeu agir rapidamente para enfrentar a crise de custo de vida do Reino Unido, a partir de um plano de combate ao aumento das contas de energia e garantir futuros suprimentos de combustível. 

Truss desafiou as convenções econômicas, contrariando o receituário neoliberal, e ainda tentou revisar a questão da independência do Banco Central do Reino Unido, fazendo com que os especuladores manipulassem o mercado de libras e títulos públicos. Essas situações provocaram revolta no imperialismo, liberal, que se opõe à medidas protecionistas. A libra esterlina subiu 0,5% tocando US$ 1,13 contra o dólar americano antes de cair ligeiramente. As ações britânicas também subiram pelo impacto das informações.

Os cortes de impostos anunciados implicaram uma enorme dívida por parte do Governo. Esperava-se que Londres gastasse 150 bilhões de libras subsidiando os custos de energia para consumidores e empresas. 

Truss lançou seu plano fiscal para congelar os impostos corporativos, a partir do próximo ano, elevando de 19% para 25%, como planejado pelo governo de seu antecessor, Boris Johnson. Com esse aumento, espera arrecadar mais 18.000 milhões de libras esterlinas (cerca de 20.180 milhões de dólares) por ano para os cofres públicos. Ao contrário dos grandes cortes de impostos da década de 1980, o plano de Truss pediu dezenas de bilhões de libras para financiar seus planos, o que aumentaria a demanda em um momento em que o Banco da Inglaterra está elevando as taxas de juros para controlar a inflação.

O que se observa com isso é que o caos se instaurou como ordem nas relações internacionais, acelerando a porta giratória, a fim de organizar um regime cada vez mais avassalador para cima dos trabalhadores. A lógica é fazer com que qualquer governo europeu que adotar uma política protecionista sofrerá consequências rapidamente. Os trabalhadores europeus já se mobilizam intensamente contra as medidas de aumento da energia, e já visualizam a responsabilidade do imperialismo na condução de medidas violentas como reduzir suprimentos de energia em pleno inverno, conforme aponta todos os caminhos. 

Inclusive na Inglaterra, neste momento, ocorre uma greve no setor ferroviário e as paralisações vêm se espalhando pela ilha. Certamente essa mobilização paradista dos ferroviários contribuiu para a queda de Truss, embora logicamente a imprensa capitalista não reconheça esse fato.

Os Estados Unidos, utilizando marionetes na Europa, organiza uma situação caótica para os trabalhadores europeus, desorganizando as bases mínimas de sustento dos trabalhadores. A inflação corrói e os países do leste já sofrem as maiores consequências.

A crise migratória, que também leva países a caíram no colo da extrema-direita na Europa, como é o caso da Suécia, que ainda não deu sinais de que seja uma extrema-direita que entre em contradição com o imperialismo, poderia seguir os passos de Truss, mas a “demissão” da primeira-ministra é uma forma de expor as cabeças no regime imperialista. Contudo, diante da profunda crise do regime, tudo é possível, e países como a Itália, Suécia, Finlândia entre outros, seguir a tentativa de Truss. Trata-se de um regime terminal, e o imperialismo está perdendo as rédeas, a ponto de desestabilizar um país que faz parte do condomínio imperialista, como é o caso do Reino Unido.

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