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Por uma luta real dos negros

Ação simbólica, fachada para quem não quer fazer nada

Diante do regime golpista e da ditadura fascista instalada no país, a luta do povo negro deve ser nas ruas junto às massas exploradas e oprimidas pelo capitalismo

Dezenas de manifestações aconteceram no último sábado (5) em todo país contra o crime praticado em um quiosque a beira mar do Rio de Janeiro contra um jovem negro congolês, Moïse Kabamgambe. Em Curitiba o ato também aconteceu, porém com uma diferença que está causando um grande estardalhaço na imprensa. Os ativistas adentraram uma igreja católica ao final da missa, sob gritos de ordem contra o racismo e pela suposta defesa dos negros.

Setores da esquerda pequeno burguesa, identitária, aplaudiram a manifestação e até mesmo caracterizam como uma ação “revolucionária”. Por outro lado a direita viu uma grande oportunidade, não só de pedir a cabeça do vereador negro do PT, na capital do Paraná, Renato Freitas – que participou da atividade – como também fazer uma mega campanha política entre os religiosos contra a esquerda de forma geral.

Para a extrema direita o acontecimento é um prato cheio. Bolsonaro não perdeu tempo, através das redes sociais, chamou os manifestantes de “marginais” e ligou a cena à toda esquerda e também às eleições de 2022. “Acreditando que tomarão o poder novamente, a esquerda volta a mostrar sua verdadeira face de ódio e desprezo às tradições do nosso povo.”

Além de toda a ação ter dado muita munição para burguesia atacar a esquerda, esse tipo de manifestação é totalmente equivocada politicamente. Atos simbólicos não modificarão a situação dos negros no Brasil. Não será através de atitudes simbólicas, de carácter cultural, sem palavras de ordem concretas da luta dos pretos que teremos resultado, na questão da moradia, fome, desemprego, educação, assassinato e perseguição da policias diariamente nos morros e favelas do país, encarceramento em massa, enfim tudo que atinge prioritariamente a população negra.

Esse tipo de ato simbólico já foi visto antes, como o MTST, Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, que entrou na Bolsa de Valores de São Paulo, em setembro do ano passado, para se manifestar – segundo o movimento – “contra o maior símbolo da especulação e da desigualdade social no país”. Esse tipo de pseudoluta, ou abstração total da realidade, deixa de lado a verdadeira luta dos oprimidos, que neste momento deveria ser um embate real através das massas contra o regime golpista instalado no país, em 2016.

Ou seja, se trata de uma ação contra o racismo e supostamente a favor dos negros, carregada de uma política identitária, abstrata, rasa e que por fim dará palaque e será explorada até os ossos pela direita. Por outro lado, a luta de fato contra o racismo, contra o regime de exploração, contra a polícia, nas ruas esses setores raramente o fazem. É preciso organizar o movimento negro, colocar à frente pautas materiais fundamentadas na realidade para que a luta possa ser vitoriosa contra a burguesia e tudo que ela representa.

É preciso organizar o movimento negro verdadeiramente democrático e revolucionário não para lutar contra o “racismo” em abstrato, mas sim pelo fim imediato da polícia e de todo o aparato de repressão da burguesia, pelo direito ao armamento dos negros e de toda a população, a formação de milícias negras para combater a repressão estatal e da extrema-direita, a inserção do negro no mercado de trabalho com salário digno igual ao do trabalhador branco, o direito à moradia digna e não em favelas e cortiços, onde a maior parte da população negra é jogada, a extinção dos presídios, que são as senzalas modernas onde a maioria dos presos é negra e sequer foi condenada. Pela derrubada do governo Bolsonaro e de todo o regime golpista, que destruiu a vida dos negros. Por um governo dos trabalhadores, que garanta o atendimento de todas as reivindicações fundamentais da população negra!

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