A onda de perseguição e censura que tem se dado contra Monark, agora ex-apresentador do podcast Flow, também está atingindo o deputado fascista Kim Kataguiri, líder do MBL e membro do partido Podemos. Diversos parlamentares já pediram a cabeça de Kataguiri, porque ele estaria defendendo a mesma posição de Monark, de que os nazistas deveriam poder legalmente ter o seu próprio partido.
O deputado Eduardo Bolsonaro é um dos que exigiram a abertura de processo contra Kim Kataguiri, por conta de suas falas. Ele afirmou que irá pedir ao presidente da Câmara, Arthur Lira, que abra processo no conselho de ética contra Kataguiri por suas falas. A bancada do PT no Senado também irá pedir a cassação do mandato do deputado do Podemos.
Além dos parlamentares, a Procuradoria-Geral da República também está apurando se houve ou não apologia ao nazismo por parte de Monark e Kim Kataguiri, para posteriormente exigir alguma punição ao youtuber e ao deputado.
O PP e o senador Renan Calheiros também vieram a público dizer que irão exigir que Kataguiri seja punido por suas afirmações, numa espantosa demonstração de anti-fascismo por alguns dos setores mais direitistas do país.
Com relação a tudo isso, Kim Kataguiri falou o seguinte:
“Não faz sentido eu ter o meu mandato cassado por fazer um discurso antinazista, por defender que a melhor maneira de derrotar as ideias nazistas, de sufocar e garantir que a tragédia do Holocausto nunca mais aconteça novamente é expondo os horrores das obras nazistas. Foi isso que eu defendi. Fui infeliz ao falar da descriminalização, porque me expressei mal e pareceu que eu estava defendendo a descriminalização total do nazismo quando eu estava me referindo às obras, que as pessoas tenham acesso às obras, como a comunidade judaica alemã defende, justamente para repudiar os horrores do nazismo. É uma injustiça me colocarem a pecha de nazista quando toda a minha participação no programa foi no sentido de qual é a melhor maneira de definitivamente derrotar o nazismo”.
É preciso, no entanto, dizer claramente que a tentativa de cassar e perseguir um deputado por conta de uma opinião emitida por ele num programa da internet é algo totalmente criminoso e antidemocrático. É inaceitável que o Estado ditatorial e fascista reprima um cidadão por conta de uma opinião por ele proferida. É ainda mais grave se levarmos em consideração o fato de que ele é um deputado eleito, cuja função é, justamente, dar a opinião sobre a legalidade ou a ilegalidade da criação de determinados partidos. É o dever de um deputado propôr leis e opinar sobre a legislação. Deveria ser algo totalmente normal um parlamentar se posicionar a favor ou contra a legalização de algo, sem ser perseguido por isso. Além disso, é preciso lembrar que os deputados possuem foro privilegiado, justamente para estarem protegidos da perseguição judicial contra suas opiniões.
Embora o PCO seja conhecido por bater no MBL e afugentá-los de atos em que eles iam realizar provocações contra a esquerda, nós defendemos totalmente o direito de eles afirmarem o que quiserem sem serem censurados pelo Estado fascista. Passarem por cima dos direitos de parlamentares se manifestarem é algo típico de uma ditadura e precisa ser combatido.