Henrique Áreas de Araujo

Militante do PCO, é membro do Comitê Central do partido. É coordenador do GARI (Grupo por Uma Arte Revolucionária e Independente) e vocalista da banda Revolução Permanente. Formado em Política pela Unicamp, participou do movimento estudantil. É trabalhador demitido político dos Correios e foi diretor da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios)

Crônicas da Copa

A zebra ou derrubando os mitos da imprensa venal

Grandes favoritos, grandes craques, a zebra está aí para acabar com tudo

O futebol é cheio de mitos. Muitos deles criados a partir de grandes histórias, atos heroicos, jogadores extraordinários. Desses mitos alimentamos nossa paixão por essa arte de jogar bola. Nos orgulhamos, vamos ler, saber história, queremos imitar, nos emocionamos só de lembrar ou só de ficar sabendo que um dia aquilo existiu ou aconteceu.

Mas há também os mitos fabricados artificialmente. Desse, normalmente não sobra nada em poucos anos. Eles só servem para sustentar alguma farsa que naquele momento os poderosos queriam apresentar como a grande novidade. Os capitalistas que controlam o futebol não podem viver de história. Capitalista não vive de poesia. Capitalista quer dinheiro, por isso inventa moda.

E a imprensa, venal em sua maioria, é o instrumento de propagação desses falsos mitos. Toda Copa é assim. Inventam histórias da carochinha antes e depois, até a próxima Copa.

Esse terceiro dia de Copa derrubou alguns mitos. Ainda não são todos que devem ser derrubados até o fim do campeonato, mas serviu para desmascarar a propaganda farsante da imprensa.

O primeiro desses mitos é a seleção da Argentina. Com todo o respeito ao futebol dos nossos vizinhos, nossos maiores rivais, mas seu futebol está em crise. Como futebol sul-americano, embora haja algumas ressalvas nessa afirmação que podemos explicar depois, a Argentina é uma boa seleção. O problema é que nossos hermanos são usados para fazer campanha contra o Brasil.

Aí, criaram o mito de que a Argentina era franca favorita nessa Copa. Veja só, caro leitor, franca favorita! Não estou dizendo apenas favorita, porque isso a Argentina sempre será pela sua tradição, pela história de seu futebol, pelo sua camisa.

Criaram esse mito para não ter que falar que, na verdade, se há um franco favorito nessa Copa, é o Brasil.

Lionel Messi em sua última Copa é a única e verdadeira referência nesse time. Mas ele já está velho e nitidamente desanimado. Ele, aliás, embora seja um craque de bola, também é um mito inventado na atualidade. A propaganda em torno de seu futebol é muito maior do que seu futebol.

A Argentina continua sendo favorita, sim. Embora sua situação tenha ficado muito complicada, mesmo em crise ela tem condições de se classificar. Mas a derrota para a fraca e sem tradição Arábia Saudita derrubou o mito de que a Argentina era franca favorita para levar a Copa.

Outro mito foi a Seleção da Dinamarca. Apontando o bom desempenho no campeonato europeu, a imprensa fez a propaganda de que a Dinamarca seria sensação e daria muito trabalho na Copa. No jogo contra a Tunísia vimos um time que levou um sufoco da seleção do norte da África e só não perdeu porque os tunisianos pecaram em eficiência. Resultado: 0 a 0 e mais um mito derrubado. Mais ainda do que o mito Argentina, o caso da Dinamarca não parece mesmo que vai muito longe.

Mas devagar com o andor porque não temos bola de cristal e a Copa só está no começo.

Faltou o que talvez seja o maior mito dessa Copa: a Seleção da França. Apesar do susto, aos 8 minutos a Austrália marcou 1 a 0, os franceses conseguiram vencer. Mesmo assim, é preciso levar em conta que a Seleção Australiana talvez seja uma das mais fracas da Copa.

Vamos aguardar para saber se e quando o mito da França melhor do mundo vai cair. Eu espero com paciência porque acredito que vai acontecer. Desde 2002, com exceção do Brasil, o campeão da Copa anterior não consegue passar para a segunda fase. Ninguém fala isso porque essa informação ajuda a derrubar os mitos das supostas grandes seleções europeias. A França tem tudo para passar, mas vamos esperar.

E enquanto esperamos o jogo do Brasil, vamos nos divertindo com as partidas preliminares do maior espetáculo do mundo, que entra em seu quarto dia.

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