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Mentes ‘colonizadas’

A “decolonização” é um acinte contra a independência nacional

Decolonialismo, identitarismo, são correntes de 'pensamento' que têm como principal intuito o ataque aos Estados nacionais, entraves para o avanço do imperialismo.

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Decolonização”, mais um desses termos que nascem no mundo acadêmico e, ao contrário do que afirmam alguns críticos, está longe de não servir para nada. Serve, sim, serve para deslocar a luta real, baseada na luta de classes, para o debate de termos secundários que, no final das contas, auxiliam a manutenção do status quo. No caso do Brasil, essa falsa discussão tenta, por exemplo, destruir nossa formação como país, colocar dúvidas sobre a importância de nossa Independência, o que acaba justificando as investidas do grande capital sobre nossas riquezas.

A luta contra o colonialismo, que persiste nos dias atuais, a opressão do imperialismo sobre os países atrasados, como o nosso, se transforma em luta contra ‘colonialidade’. E o que seria colonialidade? Fazendo uma busca rápida na internet, e segundo Ballestrin, o “lado obscuro da Modernidade”. E aqui caímos no eterno ‘problema da modernidade’ e a armadilha se fecha, porque, afinal, “a colonialidade é a continuidade da propagação do pensamento colonial, sendo uma matriz que se expressa essencialmente nas relações dominantes de poder, saber e ser”.

Com isso, uma questão concreta, como a do imperialismo destruir a Líbia para simplesmente roubar e dominar a produção de petróleo de um país africano se transforma em ‘relações dominantes de poder’, se torna quase em um problema psicológico.

Decolonialidade e identitarismo

É preciso lembrar que boa parte, para não dizer a maioria, dessas ideias surgem em universidades americanas. Estudantes e acadêmicos do mundo todo recebem bolsas de estudo financiadas por fundações que são meras fachadas da CIA, como a Fundação Ford, Rockefeller etc. Os egressos dessas universidades produzem artigos e influenciam o meio acadêmico, notadamente povoado por uma esquerda pequeno-burguesa.

Podemos exemplificar como o identitarismo serve aos propósitos do imperialismo. Há vinte anos, quando o Afeganistão foi invadido pelo EUA e forças da Otan, toda a esquerda se opôs contra mais essa violência.

Passado esse tempo, com as discussões sobre o ‘patriarcado’, sobre o machismo etc., houve uma inversão. Quando o imperialismo foi finalmente derrotado, a esquerda toda chorou, gritou, porque, oras, as mulheres ficariam em perigo, teriam seus direitos afetados.

A condição da mulher com a invasão ao Afeganistão piorou drasticamente. O país foi mergulhado na miséria. Estima-se que, hoje, 90% a população sofra de algum tipo de desnutrição. As tropas invasoras são acusadas de inúmeros casos de abuso de crianças e boa parte das mulheres recorreu à prostituição para sobreviver.

Alguém poderia se perguntar do porquê de a esquerda lamentar a saída do imperialismo, esse verdadeiro flagelo, de um país. E a resposta está no identitarismo ─ a pobreza, a fome, a prostituição, a guerra, todas essas questões práticas, reais, foram substituídas pela discussão estéril do ‘patriarcado’.

“Colonialidade do poder”

Uma vez que a ‘colonialidade do poder consiste na identificação dos povos conforme certos fenótipos estabelecidos e impostos pelo pensamento Ocidental…’ é preciso lutar contra essas ‘identidades’, ou seja, nada. A luta contra a dominação pela força como, por exemplo, a construção de bases militares na nossa vizinha Colômbia, pelos EUA; ou a presença da França nas Guiana; da Inglaterra nas Malvinas, tudo isso passa agora a ser uma questão de ‘identidade’, ‘imposição de pensamento’. Se luta contra ‘fenótipos’, eurocentrismos, se inventa que raça, que é um conceito milenar, surgiu na ‘modernidade’ para ‘justificar’ a dominação.

A Amazônia é brasileira

Hoje, existe uma questão colocada sobre se a Amazônia deve ser administrada pelo Brasil, país da qual faz parte. As potências imperialistas estão de olho nas riquezas incalculáveis da região, que vão desde o seu bioma, potencial hídrico e tudo o que está no subsolo, como urânio, ouro, gás etc.

Os países que destruíram suas reservas naturais estão preocupados com a preservação da Amazônia? Chega a ser tocante, quase nos leva às lágrimas essa benevolência com o clima e o Planeta. Essas potências poderiam começar a tratar de recuperar aquilo que destruíram no próprio quintal em vez de se preocupar com os outros. Quanto à Amazônia, isso é problema nosso.

Com toda a discussão do ‘decolonialismo’, ‘identitarismo’, o que se tem feito é colocar em dúvida se temos o direito de administrar o nosso próprio país e o nosso território.

De uns tempos para cá, se tem vendido a ideia de que o Brasil sequer deveria existir, pois o País é o que é devido à ação dos bandeirantes que, segundo os identitários, não passavam de europeus escravagistas e estupradores. Portanto, é como se nosso País fosse produto de uma espécie de ‘pecado original’. Para alguns, deveria se fazer tábula rasa de nossa cultura, jogar no mar quinhentos anos de história.

Independência? Sim, independência

Toda essa verborragia tem duvidado da independência do Brasil. Inúmeros ‘especialistas’ no assunto aparecem na grande imprensa, que é uma arma do imperialismo, para dizer que nunca fomos independentes, que o processo não passou de um grande lance de corrupção e transações escusas entre as coroas britânica e portuguesa.

Da mesma maneira que mentem sobre o bandeirantismo, temos que ouvir todo o tipo de falsificação sobre a ação revolucionária que foi a independência do Brasil. Há os mais ousados que alegam que melhor seria se nosso país tivesse sido divido em quatro regiões, o que seria muito mais fácil de administrar. Logo se nota… qual país na América Latina que se encontra ‘bem administrado’ ou mais rico que o nosso?

Os ‘decolonialistas’ e ‘identitários’ nem se preocupam em olhar para a realidade para validar suas ‘teses’. Na verdade, é isso que têm que fazer, pois se confrontarem o que dizem com a realidade vai tudo por água abaixo.

Se pararmos para pensar, são esses acadêmicos, essa esquerda pequeno-burguesa, que foi ‘colonizada’ pelos financiamentos que vêm recebendo do imperialismo. Ao movimento operário, à classe trabalhadora, cabe o dever de conhecer de fato a nossa história, a nossa identidade como nação e temos que lutar contra o imperialismo, e não apenas aqui, porque há inúmeros países que estão na mesma situação, sob ataque da grande burguesia internacional e a independência para todos os povos está na ordem do dia.

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