O sonho da casa própria na terra do tio Sam tem se tornado cada dia mais e mais distante da população pobre norte-americana e depois da pandemia o que se vê é um aumento abusivo dos preços de aluguéis, famílias perdendo suas casas e moradores de rua.
Abrigos em todos os EUA estão relatando um aumento de pessoas procurando por ajuda, com listas de espera dobrando ou triplicando nos últimos meses e a inflação está agravando o problema. O preço dos aluguéis tem aumentado em ritmo muito rápido desde 1986 e por isso cada vez mais se torna inacessível para o povo trabalhador, sem falar na crise dos despejos que tem atingido o país inteiro.
O trabalhador cada dia mais aumenta a sua carga horária de trabalho, mas não consegue ganhar o suficiente para sobreviver e muitas das vezes tem que escolher entre comer ou pagar o aluguel, fora que além de pagar um aluguel alto ainda lidam com condições precárias de moradia como infestações de ratos, baratas, mofo, entre outras, colocando a saúde em risco.
Além da crise financeira que atinge a moradia, o povo trabalhador ainda tem que enfrentar o processo de gentrificação, que é quando uma grande corporação adquiri propriedades e expulsa a população local, transformando o que uma vez eram casas populares em áreas nobres e aumentando ainda mais a crise social, esse processo é algo que tem se tornado muito comum e o povo vem sofrendo despejos em massa devido a essa prática, porque a área a onde os aluguéis eram acessíveis e famílias muitas das vezes moravam por anos, se tornam condomínios de luxo impossibilitado um trabalhador assalariado ter condições de pagar o aluguel.
Os EUA têm plenas condições de resolver a sua crise habitacional, porém a burguesia prefere enviar bilhões de dólares para fora do país, como, por exemplo, a grande quantidade de dinheiro que foi enviada para fomentar a guerra na Ucrânia, ao invés de resolver os problemas internos do país e suprir as necessidades da população que cada dia perece mais.
No Estado da Califórnia, só na capital o aumento da população de rua foi de 70%, agora contando com mais pessoas sem moradia do que São Francisco, se estima que pelo menos 9.278 pessoas estejam sem casa, a maioria das quais dorme ao ar livre ou em veículos. Os acampamentos podem ser vistos em várias regiões, como perto de escolas e ao lado de estradas movimentadas. A cidade chegou a declarar estado de emergência.
Em Detroit, a maior cidade do Estado de Michigan, 61 mil famílias estão sofrendo ameaças de despejos este ano. O aumento dramático do número de despejos em Detroit faz parte de uma crise crescente em todo o país. A partir de janeiro, a ordem obrigatória contra os despejos, não estando mais em vigor, resultou em uma “onda gigantesca de processos de despejo” por proprietários de todo o país. Na cidade de Nova York, dois meses após o fim da ordem obrigatória estadual, os grupos de assistência social se viram sobrecarregados devido ao massivo número de casos de despejos.
O país está enfrentando uma crise de moradia sem precedentes, os tribunais estão lotados de famílias que perderam ou estão para perderem suas casas, o caos está instalado e não está perto de acabar, os fundos que o governo liberou para dar assistência para quem não teve condições de pagar aluguel durante a pandemia acabaram e milhões de pessoas irão ser despejadas nos meses que estão por vir. Enquanto os trabalhadores não se levantarem contra essa situação a crise vai se aprofundar e iremos ver um número muito maior de sem teto pelas ruas do país mais rico do mundo.