Com a morte de sua monarca mais antiga, altíssima desaprovação em ralação à primeira-ministra, aumento do custo de vida e diminuição do poder de compra, o povo do Reino Unido se vê desamparado de líderes confiáveis no início da maior crise europeia da atualidade causada pela fragmentação da Europa em função dos apoios cegos à Ucrânia, alinhamento com a politica Estadunidense e sanções à Russia.
A pesquisa de opinião realizada pela companhia britânica YouGov entre os dias 14 e 16 de outubro revelou nesta terça-feira (18) que a aprovação de Truss chega somente a 10% enquanto a desaprovação vai a impressionantes 80%. Isso reflete a impopularidade do partido conservador e da agenda neoliberal imposta por Liz Truss e pelo seu antecessor o ex primeiro-ministro Boris Johnson que na sua renúncia acumulava 23% de aprovação e 71% de reprovação sobre o seu governo, dados esses do mesmo instituto de pesquisa YouGov. A situação britânica reforça a noção de que o capitalismo vive uma crise geral que golpeará primeiro os governos que não respeitam o povo e a classe trabalhadora, visto que os trabalhadores são a classe que mais sofre o resultado das decisões de seus governantes despreparados. As próximas eleições gerais no Reino Unido devem acontecer até janeiro de 2025 mas se fossem hoje o partido trabalhista teria uma vitória acachapante sobre o partido conservador que tende a sumir dos holofotes nos próximos anos devido a tantos erros fatais para a sua população.
A crise atual é resultado do apoio financeiro, militar e ideológico sem limites que o governo britânico presta para a Ucrânia, o que pouco importa para o próprio povo do Reino Unido que está mais preocupado com a alta dos preços em seu país do que com o rumo da guerra no leste europeu. As sanções impostas à Russia têm se mostrado mais atrozes para os próprios europeus, que viram suas contas de energia até quadruplicarem da noite para o dia, o que foi decisivo para encerrar as atividades de diversos comércios e negócios de pequenos e médios empreendedores no Reino Unido. A alta no preço dos combustíveis impacta diretamente no valor dos alimentos e de outros setores estratégicos, o que só tende a piorar com a futura recessão e descredibilidade do Reino Unido. Outro fator chave é que com a morte da rainha aumentaram os questionamentos em torno dos gastos abusivos da coroa britânica já que esse dinheiro vem dos impostos pagos pela população.
Ainda que já tenha afirmado que não renunciará e até tenha pedido desculpas por conta da má gestão, a queda da nova dama de ferro é uma questão de tempo, ela aprenderá que em momentos de crise líderes despreparados não se sustentam e que discursos moralistas não matam a fome da população que logo passará de insatisfeita para enfurecida.