Ontem, como já é tradicional aos sábados, ocorreu o Análise Política da Semana, apresentado pelo companheiro Rui Costa Pimenta, e transmitido ao vivo pelo canal Causa Operária TV, no Youtube. A atividade é direcionada para uma discussão dos acontecimentos políticos da última semana com a militância do Partido e também as pessoas que com ele simpatizam e seguem sua orientação política.
Foram vários os temas abordados pelo companheiro Rui em sua exposição. Os primeiros foram relacionados à política internacional. Primeiramente, foi feita uma explicação sobre a crise econômica da China. A crise decorreu da falência da empresa Evergrande, uma importante empresa chinesa, que deve ser resgatada agora pelo governo. O colapso da China, uma das bases do regime político do mundo, pode levar a uma crise sem precedentes em todos os países no mundo. Seria uma das primeiras discussões a ocorrer após a pandemia. Há muitas dificuldades para a retomada econômica, existe, portanto, uma possibilidade toda a economia afundar.
Outro tema abordado pelo companheiro Rui, no campo da política internacional, foi a questão da Argentina. Há, ali, uma crise muito grande e que deve ser analisada, inclusive, para uma melhor compreensão das perspectivas políticas de todos os países da América do Sul. É preciso lembrar que a “manobra genial” realizada pelos peronistas na Argentina foi muito celebrada pela esquerda nacional. O que ocorreu ali é que a ex-presidente Cristina Kirchner, a candidata mais popular do país e membro da ala esquerda do partido peronista, se lançou como candidata a vice-presidente, com o membro da ala direita de seu partido, Alberto Fernandez, encabeçando a chapa.
Agora, o governo Fernandez, que ficou sob pressão tanto da direita quanto da esquerda, se mostrou totalmente incapaz de encarar a situação crítica da economia Argentina. E a incapacidade se deu tanto do ponto de vista da burguesia quanto da classe trabalhadora. Ou seja, o governo não conseguiu encaminhar uma solução para a economia, que pudesse ser satisfatória para os capitalistas, e além disso, não resolveu também a crise social que decorre dessa situação. Esse fracasso total levou a uma crise muito grande do governo, o que ocasionou nas críticas abertas de Kirchner contra Fernandez.
A lição a se tirar dessa situação é a total fragilidade dessa política da esquerda de procurar se submeter aos desejos da burguesia apenas para ganhar as eleições. Um setor da esquerda quis, inclusive, fazer o mesmo com a candidatura de Lula no Brasil, colocando-o para ser o vice de algum outro candidato, mesmo que indefinido. É evidente que isso seria uma receita para o desastre.
Outra importante questão exposta na Análise é a nova “trégua” que se vê entre Bolsonaro e a burguesia. Primeiramente, com relação ao seu discurso na ONU, ele fez diversas colocações que são agradaram bastante a burguesia – demagogia com o meio ambiente, com os índios e explicou que vai privatizar tudo. Todos os posicionamentos expostos por ele são aqueles da terceira via. Além disso, ao voltar para o Brasil, ele deu uma entrevista para a revista Veja, prometendo que ia aceitar o resultado das eleições e muitas outras coisas. Tudo indicando que o setor da burguesia que atacava Bolsonaro se aproximou com ele. Não se pode dizer ainda que ele é o candidato de toda a burguesia e que a terceira via estaria totalmente descartada. O fato é que no momento há um acordo entre o Bolsonaro e um setor da burguesia.
A “visita” à Bovespa dos supostos militantes do MTST e da Frente Povo sem Medo, ambas organizações dirigidas por Guilherme Boulos, também foi tema de discussão na Análise. Foi destacado o fato de que esse tipo de ação publicitária é totalmente inócua e não adiciona nada à luta popular. É algo na mesma linha da tentativa de queima da estátua do Borba Gato. Esse tipo de ação sempre encontra uma recepção muito positiva da imprensa burguesa, o que leva a concluir que é uma política que não incomoda em nada a burguesia.
Outro importante tema foi a aprovação da PEC 32 pela Comissão da Câmara dos Deputados. A PEC 32 é a da Reforma Administrativa, um sério ataque contra os trabalhadores, particularmente aos funcionários públicos. Mais importante, os partidos que a apoiam são os mesmos que um setor da esquerda quer levar para os próximos atos. Foi defendido na Análise que as mobilizações não devem incluir os partidos de esquerda que apoiam os ataques contra os trabalhadores. Caso as direções queiram incluir esses setores nas manifestações, eles devem submeter isso a plenárias e fazer os participantes dos atos votarem se aceitam essa infiltração ou não.
Muitos outros temas ainda foram tratados na exposição realizada na Análise, e também nas perguntas feitas pelos espectadores ao companheiro Rui. É importante acompanhar todo o programa para poder ver as discussões em toda profundidade. Segue, abaixo, o link para o vídeo no canal da Causa Operária TV:
A Frente Ampla contra os servidores – Análise Política da Semana, com Rui Costa Pimenta – 25/09/21
