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PSOL e PCB

Uma esquerda margarina

Ao contrário de Lula, que fundou a CUT e o PT, os garotos de recado do PSDB são todos dirigentes artificiais

Como hoje está na moda a política do “nem nem” para a guerra do Afeganistão — nem imperialismo, nem Talibã —, um grupinho especialista em ficar em cima do muro está ganhando todo o espaço na imprensa golpista. É a esquerda antipetista, que dizia que não havia golpe e era contra o governo do PT — ou seja, era a favor do golpe —, que era “contra” a prisão de Lula e contra fazer campanha por sua liberdade — ou seja, a favor de sua prisão — e até um dia desses era contra o governo Bolsonaro e contra o Fora Bolsonaro — ou seja, favoráveis ao “fica Bolsonaro”. Notadamente, os representantes mais conhecidos do grupinho são o PSOL — em especial Guilherme Boulos e Juliano Medeiros —, o PCB — cujo principal porta-voz é o youtuber Jones Manoel —, os stalinistas da UP e os morenistas do PSTU.

Como são todos uns acadêmicos arrogantes, os sábios da esquerda antipetista justificam seu centrismo golpista por meio de mil e uma teses mirabolantes. Não é que eles, como lacaios do imperialismo que são, recusam-se a tomar partido da classe operária em todos os momentos decisivos da luta de classes. É que a luta de classes estaria errada: quem disse que é preciso escolher um lado?

Para falar as abobrinhas que servem de desculpas para suas posições direitistas, essa mesma esquerda antipetista é recebida com pompas pela imprensa golpista. Guilherme Boulos já foi contratado por duas temporadas para atacar o PT na Folha de S.Paulo. Na primeira delas, tornou-se colunista para fazer a campanha contra a Copa do Mundo de 2014 e contra o ajuste fiscal do governo do PT. Contra os Estados Unidos, a Lava Jato e o golpe? Nem um pio. A Folha é apenas o que mais aparece na superfície. Mas o fato é que Boulos também é constantemente paparicado pelo apresentador fascista José Luiz Datena (PSL), que foi chamado pelo psolista para ser seu vice, e aparece esporadicamente na revista Veja — a maior caluniadora do PT — para atacar o PT.

O mesmo pode se falar de Juliano Medeiros, embora seja menos frequente na imprensa, pois é uma figura bem menos conhecida. No entanto, não é raro que ele apareça na Folha de S.Paulo falando como se fosse um dos “organizadores” da mobilização de rua.

Jones Manoel é ainda um aprendiz de Guilherme Boulos. Começou sua carreira fazendo uns vídeos, depois passou a fazer parte do cardápio de escritores da Boitempo e ingressou para valer na vida política fazendo campanha eleitoral para o psolista (que, na mesma campanha, além do apoio da imprensa recebeu apoio de grandes capitalistas como os maiores comerciantes de São Paulo e as empreiteiras). Ou melhor, para os psolistas, pois além de Boulos, Jones Manoel costumava puxar o saco do vereador Ivan Moraes e do deputado federal Glauber Braga. Durante sua campanha para Boulos, ganhou uma longa entrevista na Folha de S.Paulo para rasgar elogios ao “comunista” favorito da burguesia, o maior assassino de revolucionários que a história já viu, Josef Stálin.

O PSTU, coitado, é o menos recompensado pela imprensa burguesa. Embora esteja sempre alinhado com o imperialismo, o partido está em estágio de desintegração tão profundo que nem interessa à burguesia fazer propaganda sua. A UP, por fim, também não tem tantos convites para falar na tribuna da imprensa golpista (embora já apareça na Folha para ajudar a sabotar os atos), mas também isso não é necessário. O partido é uma apêndice do PSOL, que já tem muito espaço por aí.

Todos esses senhores são profundamente antipetistas, pró-imperialistas e chaleirados pela imprensa. Nenhum deles é chamado de corrupto, bandido, assassino, ditador ou coisa parecida, como sempre foi o PT ou o é o PCO. Pelo contrário: “novo líder da esquerda”, “grande pensador”, dirigente da “nova esquerda” — são sempre elogios. Já o ex-presidente Lula, quando aparece na boca suja de algum jornalista da imprensa golpista, é para ser chamado de ex-presidiário, velho, egoísta, totalitário etc. Por que isso?

Porque todos estão recebendo a cobertura da burguesia para levar adiante a sua política reacionária. Enquanto Lula é a maior pedra no sapato do imperialismo neste momento.

PSOL, PCB, PSTU, UP e todos os demais satélites do PSOL são uma esquerda margarina, um produto artificial. Foram produzidos nos laboratórios da imprensa golpista, sob medida para apoiar todo tipo de pilantragem do imperialismo. São o oposto de Lula, produzido na luta da classe operária, representante de uma força política real que pode colocar o regime político abaixo.

Quem era Guilherme Boulos antes de receber espaço na imprensa capitalista? Ninguém. Nunca coordenou uma única greve, nunca fez nada de importante. É parte de um movimento que reúne milhares de pessoas, é fato. Mas Boulos não passa de um burocrata, de um parasita que está na coordenação do movimento, não é produto de sua luta. Não se projetou comandando um confronto gigantesco com a Polícia Militar, nem com uma ampla campanha contra a direita. Caiu de paraquedas na direção do MTST sabe-se lá como.

Juliano Medeiros é igualzinho. Não merece espanto ter virado presidente do PSOL, pois o próprio PSOL, diferentemente do MTST, é em si um partido margarina, sem militância, sem base popular. Um partido de professores universitários que só sabem fazer discurso e concurso para deputado federal. Um partido que foi forjado pela burguesia em seus primeiros momentos de atrito com o PT, no caso do Mensalão. Fundado como um partido oportunista, recebeu grande apoio da burguesia desde seu nascimento.

Jones Manoel é outro zé ninguém. É de um partido igualmente artificial (que nada tem a ver com o antigo Partidão, extinto em 1991), que se abstém de todos os acontecimentos, que não tem uma imprensa. Mas não é só isso: Jones consegue ser mais artificial que o seu partido artificial. Para ele, o PCB é apenas uma grife. O youtuber nem milita, nem sai candidato, nem é dirigente do partido: é apenas um nome que faz propaganda de si próprio na esperança de subir mais um degrau no mundinho universitário de onde surgiu. Só não o chamemos de margarina, pois ele vai sair por aí se chamando de Delícia.

O que une toda a esquerda margarina é quem a produziu: a burguesia. E por quê? Justamente para se contrapor ao verdadeiro produto cobiçado pela classe operária: o ex-presidente Lula, que, tal como a manteiga, é um fenômeno original, não artificial. E por isso tem uma base social gigantesca, de massas, a classe trabalhadora. Por isso faz tremer os capitalistas. Tal como com a margarina, estes forjaram em seus laboratórios a esquerda antipetista para entregarem aos operários um produto de quinta categoria, fajuto, a fim de substitui-lo pelo original para atacar as condições de vida dos operários e beneficiar os interesses econômicos dos patrões.

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