Que a esquerda nacional é capituladora, o leitor médio do DCO já sabe muito bem. Estamos dia após dia expondo essa vacilação crônica da nossa esquerda neste jornal, mas apesar do nosso esforço de denúncia, ela ainda consegue nos surpreender com uma capitulação que é a cada dia mais grave.
Dessa vez, o que nos chamou a atenção foi a votação da PEC 5, quando o PSOL, partido mais lava-jatista do Brasil, votou contra uma medida branda de regulação do Ministério Público. Essa proposta era uma tentativa extremamente moderada de controle sobre o MP através da inserção de dois elementos indicados pelo Congresso Nacional no Conselho Nacional do MP.
Essa medida não foi um raio em céu azul, muito pelo contrário, foi uma proposta que, apesar de muito moderada, se via plenamente justificável, tendo em vista o papel criminoso que foi desempenhado pelo Ministério Público Federal durante o período do golpe de estado. A atuação do MP durante o todo o último período da política nacional foi fora-da-lei e em defesa dos interesses do imperialismo no Brasil.
O MP não prestou, durante todo esse período, contas de suas ações à população, ou a algum órgão que respondesse ao povo, mesmo que manipulado pela burguesia. Ele se estabeleceu como uma verdadeira quadrilha de bandidos, que serviam apenas ao imperialismo, e suas ações constituíram alguns dos maiores crimes políticos contra a soberania nacional, passando por cima da lei para fazer todo tipo de falcatrua, como prender pessoas sem provas, como é o caso do ex-presidente Lula, falir empresas e provocar intervenções grosseiras no regime político, como foi o impeachment de Dilma Rousseff, que teve sua base na operação criminosa da Lava Jato, que tinha seu coração no Ministério Público.
A Lava Jato sempre foi uma instituição do setor mais reacionário do regime político, uma instituição que servia para garantir os interesses do imperialismo e levar adiante o golpe de estado. A Lava Jato saiu totalmente do campo de uma mera operação de investigação da corrupção do estado, para um verdadeiro instrumento de controle do imperialismo sobre as instituições políticas nacionais, que ao cumprir o seu objetivo, derrubou o governo legitimamente eleito de Dilma Rousseff e trouxe ao país a desgraça que sobre ele paira nos dias de hoje através da fome, da miséria e do fascismo encabeçado por Bolsonaro, que é outra cria do golpe de estado que foi dado no Brasil através da ação do Ministério Público.
É importante termos claro que todos esses setores da esquerda que estão contra as medidas de controle do MP e dos mecanismos de repressão do estado, por mais brandas que sejam, estão sendo cúmplices dos crimes do imperialismo no Brasil e contribuintes do golpe de estado que promove a miséria e a destruição do nosso país.