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A luta é nas ruas

Trabalhador faz greve, não lockdown

O unico meio de barrar a matança e a destruição econômica é mobilizar os trabalhadores e sair as ruas, essa é a tarefa da CUT

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) juntamente com outras organizações que se autodenominam centrais sindicais, estão chamando um “lockdown da classe trabalhadora” para o próximo dia 24. A decisão foi tomada na reunião do Fórum das Centrais Sindicais que reúne representantes de seis entidades, além da CUT, legítima representante dos trabalhadores; organizações patronais, como Força Sindical e a UGT, ou fajutas como a CTB,  CSB e Nova Central.

Trata-se de uma medida de viés claramente político, que expressa uma tentativa de ante mão fracassada de aliança com a direita tradicional, os governadores, notadamente João Doria, para, supostamente, combatem Bolsonaro. Do ponto de vista dos interesses dos trabalhadores é nociva e abjeta.

A decisão incorpora o calendário da CUT, que chamava um dia nacional de luta para o próximo dia 24 de março. A ideia agora é paralisar as atividades laborais por 24 horas, mesmo quem esteja em home office, e não sair de casa, essa ação, que na verdade é uma inação, se realiza, supostamente, em defesa da vida. Dentre as reivindicações apresentadas estão a vacinação, auxílio emergencial de R$600, emprego e contra as privatizações. As entidades preparam um manifesto para os próximos dias.

A organização sindical no Brasil está em completo descompasso com a situação social dos trabalhadores; num momento de profundos ataques aos direitos trabalhistas, de aumento do desemprego, do morticínio de milhares de trabalhadores vítimas de pandemia, do aumento da pobreza e da carestia, em que milhões de trabalhadores foram impedidos de trabalhar e ficaram sem nada, apenas com um auxílio miserável (que foi de R$600, R$300 e agora, será em média de R$250), os sindicalistas, no entanto, adotaram a confortável orientação da direita, o “fique em casa”, e fecharam os sindicatos no meio da pandemia deixando os trabalhadores por si mesmos.

O “fique em casa” e o lockdown da burguesia tradicional não surtiu efeito e a situação continuou piorando; a burguesia decidiu abrir tudo em meio as as eleições municipais de 2020, a esquerda e a burocracia sindical se empolgaram em eleger seus candidatos, a eleição foi um fisco para a esquerda, a crise da pandemia e a crise econômica e social, porém, piorou drasticamente.

Tanto o governo federal, que sempre fez como que ignorasse a existência da pandemia, quanto os governos Estaduais que procuraram criar uma falsa oposição ao Bolsonaro, dizendo-se científicos, responsáveis e combatentes da pandemia, não fizeram, do ponto de vista prático, absolutamente nada para conte-la. Tanto é verdade que hoje, mais de um ano da chegada do vírus em nossas terras, estabeleceu-se um colapso no sistema de saúde, chegamos às 3000 mortes por dia, caminhamos rapidamente para meio milhão de mortos em dados oficiais, sem nenhum plano de combate ao vírus, sem vacina, sem leitos, sem oxigênio, sem nada.

A situação do povo é cada dia pior, o desemprego bate recordes, a fome já é uma realidade inexorável para dezenas de milhões, a economia nacional afunda. A medida das “centrais”, analisando a situação nacional e as necessidades do povo trabalhador, não é apenas insuficiente e mesmo risível, como um afronte à classe trabalhadora brasileira, que não encontra na principal organização operária do país, a CUT, a expressão organizada de seus interesses imediatos e a força para lutar por eles.

Evidentemente, que a burocracia sindical da CUT, completamente paralisada diante da crise, cede à pressão da direita e dos setores oportunistas, como a Força Sindical e outros elementos, creem assim que apoiar Doria é a única coisa que podem fazer para se contrapor a Bolsonaro e se colocar contra a pandemia, nem que para isso tenham que sacrificar interesses dos trabalhadores. O “lockdown da classe trabalhadora” é naturalmente a expressão do apoio à Doria; é a política de frente ampla no âmbito sindical.

Outrossim, a crise da pandemia chega ao seu auge no país, o governo federal ignora as centenas de milhares de mortos, os governos estaduais, tentam lucrar politicamente dessa situação contra a extrema-direita, uma tentativa de elevar um elemento desse setor da burguesia a uma posição nacional capaz de ser colocado como candidato em 2022, falam em cientificidade contra o negacionismo etc., nada fazem, contudo para conter o vírus, basta ver que o Estado mais atingido é justamente São Paulo, em que Doria apareceu como o maior expoente desse governadores “científicos” que se contraponham a Bolsonaro.

Como única medida, para dar alguma credibilidade seu discurso, Doria adotou novamente uma espécie de lockdown no Estado, nesse momento um verdadeiro crime, sem auxílio emergencial, proíbe os trabalhadores de ganhar o pão, condena pequenos negócios à falência. Além disso, a medida é totalmente inócua porque não há um plano de combate ao vírus, não haverá testagem em massa (nunca houve), não há vacinação em massa, não haverá ampliação da rede de assistência, como UTIs; não haverá nada. As industrias continuam trabalhando, os transportes lotados. Uma farsa hedionda.

Está mais do que provado que deixar a condução da crise sanitária e econômica que castiga o trabalhador brasileiro nas mãos, tanto de Bolsonaro, quanto da direita “científica”, somente trará a miséria, a fome e a morte aos trabalhadores. O lockdown da classe trabalhadora somente contribui com a matança do povo brasileiro, ou como disse certa vez o pastor norte-americano, Martin Luther king: “quem aceita o mal sem protestar, coopera com ele”.

A classe trabalhadora não faz lockdown, faz greve, ocupam fábricas, mobilizam-se, se batem com a polícia, com o regime político, e é justamente isso que se deve fazer. Ficar em casa trabalhando ou não não mudará a situação dramática que se encontra os trabalhadores. A Central Única dos Trabalhadores deve romper de imediato com esse setores reacionários e se colocar a altura de sua tarefa, liderar a classe trabalhadora na luta pelos seus interesses mais imediatos contra todo o Estado que não hesitará em provocar o maior desastre humanitário da nossa história, que é para onde caminhamos.

Seguir o exemplo dos professores das redes Estadual e municipal de São Paulo que barraram momentaneamente a política genocida de volta as aulas, tomar as ruas, inclusive com recurso a violência se necessário, com um programa em defesa dos trabalhadores, de sua vida e de seus direitos. Exigir a vacinação em massa imediatamente, diminuição da jornada de trabalhos, isolamento social por tempo determinado com auxílio, não de R$ 600 reais, mas de – pelo menos – um salário e condições para pequenos negócios, congelamento dos preços dos itens básicos. Contra as alternativas da burguesia, levantar um programa próprio dos trabalhadores, que inclua a luta por Fora Bolsonaro, Dória e todos os golpistas; a defesa de Lula candidato e de Lula presidente.

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