Esse Diário aproveita para denunciar nesta editoria a situação de total abandono dos trabalhadores do Banco do Brasil Tecnologia S.A (antiga Cobra Tecnologia).
De acordo com o documento encaminhado ao Diário Causa Operária, os trabalhadores relatam um pouco dos 107 dias da greve, seu início se deu no dia 27 de novembro de 2020. Naquele momento já havia ocorrido cinco rodadas de negociações para discussão do Acordo Coletivo dos Trabalhadores, referente à 2020/2021.
Apesar da empresa, subsidiária do Banco do Brasil ter obtido um lucro de 340%, aos trabalhadores foram oferecidos zero por cento nas primeiras negociações e na última chegou-se a 50% do INPC da época, ou seja, da inflação manipulada do governo golpista do Bolsonaro. A empresa teve R$ 17 milhões de lucro e os trabalhadores o rebaixamento salarial.
Conforme denunciam os trabalhadores, o Sindados-BA em nenhum momento esteve disposto a impulsionar o movimento grevista. Fez como inúmeros sindicatos espalhados pelo país que, preferiram fechar as portas das entidades sindicais no ano de 2020 após o início da pandemia e deixaram os trabalhadores à própria sorte. Esta política de deixar os sindicatos fechados perdura até hoje.
A BBTS começou a fazer retaliação junto aos trabalhadores e começou a cortar os salários. Diante da inatividade da sua direção, resolveu formar uma comissão dos trabalhadores para acompanhar de perto as negociações. Formada por três membros, solicitou à Justiça participação no processo, diante da perceptível sabotagem processual do SINDADOS-BA contra o movimento. Ficou constatado no processo, onde foi pedido liminar para devolução dos salários cortados, que não anexaram provas como contracheque e extrato de conta bancária, demonstrando os descontos, que já estavam em seu poder desde 30 de Dezembro de 2020.
Após audiência de conciliação de 04/02/2021, aonde não se chegou a nenhum acordo, nem mesmo relativo aos cortes salariais, mas o contrário, a empresa que havia feito cortes parciais nos salários, confiscou os salários dos trabalhadores em 100% do salário, além do vale alimentação e refeição, uma clara tentativa de cessar o movimento grevista. O que fica, mais uma vez, demonstrado que a Justiça, longe de atuar em auxilio dos trabalhadores, serve para acobertar a atitude dos patrões, no caso o Banco do Brasil, que detém o controle BBTS.
Diante da situação atual dos trabalhadores, os colegas de trabalho, em nível nacional fizeram doações, o que está dando fôlego ao movimento.
Conforme o documento enviado pelos trabalhadores da BBTS à esta redação, as reivindicações são de ganho real de 5% no salário e isonomia no plano de saúde. Isto porque os trabalhadores que ingressaram na empresa até outubro de 1996 são isentos de pagar o plano de saúde básico, enquanto isso alguns trabalhadores tem descontos de 30 a 60% do salário, alguns chegam a pagar de plano de saúde + coparticipação R$ 1.200,00. Tem trabalhadores recebendo valor líquido de R$ 500,00 reais no final do mês, é um valor descontado muito elevado, junto com mais cobranças de coparticipação do plano.
Ainda segundo o documento, a categoria cobra o cumprimento de cláusulas de ACTs anteriores que estão sendo descumpridas, normas internas novas aplicadas aos obreiros com contrato em curso violando o direito adquirido, a artigo 468 da CLT e a Sumula 51 do TST. Além do PCCS 2009 que a empresa não vem concedendo a progressão que é anual e automática.