O caso do jogador de vólei Maurício Souza, que foi demitido e talvez seja preso por emitir uma opinião acerca do quadrinho do super homem bissexual, levantou muitas questões. Uma delas é justamente a ineficiência do método da perseguição e repressão de certos indivíduos como política para resolver problemas sociais, o jogador em vez de perder popularidade teve o exato oposto, em 24 horas ganhou mais de 800 mil seguidores no Instagram, em 3 dias mais de 2 milhões, a #SomosTodosMauricioSouza também ficou em alta nas redes sociais por todo esse tempo. Só esse fato já mostra que os LGBTs não ganharam nada com a demissão do jogador, o identitarismo se mostrou na prática como uma política inimiga daqueles que ela supostamente defende.
O jogador publicou em suas redes sociais uma foto do quadrinho de super-homem beijando outro homem com a legenda “A é só um desenho, não é nada demais. Vai nessa que vai ver onde vamos parar…”. O comentário apresenta um preconceito contra os LGBTs mas não é nada extremamente agressivo, não incita a violência como, por exemplo, já fez o fascista Bolsonaro, que não sofreu nenhum tipo de punição. O conteúdo é de um preconceito que, não se pode saber com exatidão, mas está presente em uma enorme parcela da população brasileira, é possível que até mesmo em uma maioria da população. Sendo assim dezenas de milhões de pessoas observaram o acontecimento como uma ameça a sua própria liberdade de expressão.
Mauricio Souza para quem não é identitario e analisa rapidamente os fatos não é o opressor dos LGBTs, mas o oprimido pelos LGBTs, que o fizeram perder seu emprego. Na realidade ele de fato é oprimido por aqueles que estão por trás do identitarismo, a FIAT e a Gerdau que usam essa política para limpar a sua imagem e também para criar o clima político que pode emplacar o seu candidato da 3a via, possivelmente João IdentiDoria ou Eduardo Bolsogay. Só o caráter repressivo da situação já coloca uma grande parcela da população do lado do jogador, os trabalhadores enfrentam a repressão do Estado todos os dias, é um dos principais problemas sociais do país, neste caso que emitir a opinião levou ao desemprego, é algo também muito sensível na atual situação catastrófica em que metade da população não trabalha.
A política identitária repressiva se mostrou totalmente impopular, ela não explica a população sobre a situação dos LGBTs e trava uma luta para que essa minoria seja aceita e tenha todos os seus direitos respeitados. Ela se apresenta como uma ameaça ao emprego e a própria liberdade de milhões que tem uma opinião semelhante à de Mauricio Souza. E isso gera um enorme problema para os próprios LGBTs visto que o ódio que a população tem à repressão e ao regime político não irá se voltar aos pais do identitarismo, Biden, o PSDB, Doria etc, ela irá se voltar aos que aparentam ser aqueles que estão por trás dessa política, os trabalhadores LGBTs.
O caso Mauricio Souza é importante pois aponta para um grande crescimento da extrema direita, o próprio é uma apoiador de Bolsonaro contudo sendo não um político mas apenas um jogador de vólei não fará um grande estrago. Na política por sua vez a reação ao identitarismo já esta sendo amplamente aproveitada pela extrema direita no mundo inteiro, isso porque a maior parte da esquerda se apresenta como aliada da direita identitária. A perseguição chega também por exemplo, aos parlamentares bolsonaristas, e isso se torna mais uma ferramente em sua campanha de defensores das liberdades. A extrema direita, tradicional inimiga de todas as liberdades, defensora da ditadura fascista, devido a política ultra repressiva da direita tradicional cresce com base da demagogia de que são os verdadeiros democráticos.
O crescimento de 2 milhões de seguidores no caso em discussão pode representar um apoio a opinião homofóbica até certo ponto, contudo não foi a declaração que despertou o apoio popular, foi a repressão realizada pela FIAT, a Gerdau, a imprensa burguesa e que teve apoio da esquerda pequena burguesa. Os 2 milhões, como opiniões homofóbicas ou não, seguem o jogador agora em grande parte devido a uma posição democrática de defesa da liberdade de expressão. A esquerda por sua vez esta do outro lado, junto ao PSDB, perdendo cada vez mais a popularidade. Não há porque assumir o lado de ambas as alas da direita, a política correta é a de defesa tanto da liberdade de expressão, quanto dos LGBTs, mesmo que a esquerda pequeno burguesa não compreenda isso.