Conforme artigo publicado no sitio da CUT de ontem (15) os alimentos sobem mais do que a inflação e reajustes salariais têm média negativa. Com a política de levar a população à mais extrema miséria, o governo golpista de Bolsonaro está sucateando o país. O aumento dos preços, que vem ocorrendo em todos os segmentos, sendo um dos mais afetados a alimentação, está levando o povo a morrer também de fome, além de pelo coronavírus. Os patrões, os quais o governo representa, também seguem com a mesma política, ou seja, a de demissões e rebaixamento salarial.
Os preços dos alimentos sobem três vezes mais que a inflação dos últimos 12 meses, maior alta nos últimos 18 anos, mas os reajustes salariais médios ficaram negativos em média 0,53%.
Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) o prato preferencial da maioria dos brasileiros, ou seja, o mais básico possível que se possa imaginar, composto por arroz, feijão, carne, legumes e salada, está cada vez mais difícil de ser colocado à mesa da população por causa da disparada dos preços. Nos últimos 12 meses, o custo da comida aumentou 19,4% – mais do que triplo em relação à inflação oficial do país (5,20%). É a maior onda de alta dos alimentos nos últimos 18 anos.
Apesar da inflação ser totalmente manipulada pelo governo, os salários dos trabalhadores tiveram variação real média de menos 0,53%, já descontada a inflação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os dados dos reajustes salariais são do Departamento de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) que também observou que reajustes iguais ao INPC ficaram em cerca de 29% das negociações salariais analisadas…
“Quanto mais à inflação cresce, no contexto de crise econômica, maior é a dificuldade das negociações coletivas conseguirem repor a inflação, e esta crise econômica com inflação crescente é o pior dos cenários para os trabalhadores”, diz a técnica do Dieese Adriana Marcolino.
O levantamento do Dieese sobre os preços da cesta básica também mostra o quanto o poder de compra do trabalhador está corrompido. O rendimento médio de todos os trabalhos efetivamente recebidos pelas pessoas ocupadas de 14 anos ou mais, no 4º trimestre de 2020, foi de apenas R$ 2.482,00. Ao levar em consideração que uma cesta básica para uma única pessoa em São Paulo, em fevereiro deste ano, custou R$ 639,47 e que o salário mínimo, segundo o Dieese, deveria ser de R$ 5.375,05, pode-se imaginar o tamanho do rombo nos orçamentos das famílias que têm de pagar ainda aluguel, tarifas de água e luz e demais despesas.
Em geral, com a crise econômica e menor demanda, o preço cai, mas o que ocorre é a soma de crise econômica e inflação crescente, o que só demonstra o tamanho do desajuste da economia brasileira – (Adriana Marcolino)
Os produtos em que os preços que mais subiram
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram: o óleo de soja (87,89%), o arroz (69,80%), a batata (47,84%) e o leite longa vida (20,52%). Já entre os grupos de alimentos pesquisados pelo IBGE, as maiores altas ocorreram em cereais, leguminosas e oleaginosas (57,83%), óleos e gorduras (55,98%), tubérculos, raízes e legumes (31,62%), carnes (29,51%) e frutas 27,09%.
Somado a essa situação, o que vemos é que as direções dos sindicatos, diante dessa situação catastrófica, preferiram e continuam preferindo ficar em casa, deixar os sindicatos fechados, deixando à própria sorte, os trabalhadores.
A situação em que os patrões e seu governo estão deixando os trabalhadores, que podem morrer de coronavírus, mas também de fome, só pode ser resolvida com a mobilização dos trabalhadores, com greves, ocupações de fábricas, bem como, com a retirada do governo Bolsonaro e todos os golpistas. Eles não são capazes de sequer fornecer um auxilio emergencial que possa sanar as necessidades da população pobre, desempregada, e ainda fazem demagogia enquanto retiram salários dos trabalhadores, inclusive dos servidores públicos, seja federal, estadual ou municipal.
A CUT tem que encampar e dirigir a luta contra tamanho ataque. É preciso formar comitês de fábricas, conselhos populares, etc..