Negacionismo

Os “negacionismos” de Covas, Doria e do PSDB

Em São Paulo, o "negacionismo" dos tucanos significa a retirada de direitos sociais, cassação de direitos democráticos e ataques às condições de vida dos trabalhadores.

Na atual situação do País, os políticos tucanos buscam se apresentar à população, através da imprensa capitalista, como inimigos do “negacionismo” do presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL, sem partido) e seus seguidores. As lideranças do PSDB buscam antagonizar com Bolsonaro, ao se classificarem como “científicos”, “racionais”, “razoáveis”, “civilizados” defensores da “democracia, vida e ciência” contra “o autoritarismo”.

Primeiramente, não se deve perder de vista que foram os tucanos que colocaram Jair Bolsonaro na Presidência da República. O golpe de Estado de 2016, que se materializou com o impeachment ilegal e fraudulento da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), teria sido impossível sem a conspiração organizada pelo PSDB em conjunto com os demais partidos burgueses “democráticos” (MDB, DEM, Progressistas, Republicanos, PTB, PSD) no Congresso Nacional. Na preparação do Golpe, os tucanos e a imprensa capitalista deflagraram uma intensa campanha persecutória de tipo moral contra a esquerda, os sindicatos e movimentos sociais, chamada de “antipetismo”. Grupos fascistas como Movimento Brasil Livre (MBL), Vem Pra Rua (VPR), Revoltados Online, monarquistas, neonazistas, todos travestidos de verde e amarelo e financiados pela FIESP e pelo próprio PSDB, tomaram as ruas para intimidar a esquerda e criar condições para a derrubada do governo eleito em 2014.

A Operação Lava-Jato, que desferiu duros golpes à economia nacional, foi apoiada e estimulada pelo PSDB. Dirigentes do PT foram acusados e condenados com base em processos fraudulentos, com delações premiadas forjadas, provas fabricadas e com a violação de direitos democráticos processuais. Esta operação política, disfarçada de cruzada contra a corrupção, contou com a participação direta de agentes do FBI. O alvo principal era abrir a economia nacional para as empresas estrangeiras. A prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era um dos principais objetivos da Operação, o que acabou por acontecer, sempre com o apoio dos tucanos. Sem a prisão de Lula, teria sido impossível a fraude eleitoral que resultou em Jair Bolsonaro e na implementação de todos os ataques aos direitos da população.

As propostas dos governos Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro contaram com o apoio político do PSDB no Congresso Nacional e também em ministérios. Os tucanos votaram pela aprovação das “reformas” trabalhista e previdenciária, congelamento dos gastos públicos por 20 anos (2016-2036), lei das terceirizações gerais,  privatizações do petróleo, desmonte do Sistema Petrobras, entrega das riquezas nacionais. Na época de Temer, políticos tucanos ocuparam postos no primeiro escalão do governo, como Aloysio Nunes no Ministério das Relações Exteriores.

O governador de São Paulo, João Doria, ganhou fama ao fazer campanha eleitoral como BolsoDoria. Uma vez no poder, Doria se dedicou a criar os Batalhões de Ações Especiais de Polícia (BAEP) em São Paulo e no interior, privatizar parques estaduais, implantar pedágios nas rodovias paulistas, sucatear os serviços de educação e saúde, atacar as universidades públicas, cassar direitos democráticos, destruir o serviço público. Em diversas ocasiões, Doria deixou claro que seu objetivo é privatizar tudo o que for possível.

Antes de Bolsonaro, os tucanos eram os maiores defensores da ideia de “bandido bom, é bandido morto”. O sistema penitenciário paulista, uma obra do PSDB, se assemelha aos campos de concentração nazistas. As torturas, humilhações dos presos e seus familiares são parte de uma política de Estado. As posições políticos dos tucanos e bolsonaristas são semelhantes, muitas vezes é difícil distingui-las.

O PSDB também é “negacionista”, no sentido de que ele nega e retira os direitos fundamentais da população. Em São Paulo, governando há 30 anos ininterruptos, os tucanos negam o direito a uma educação de qualidade para crianças, adolescentes, professores, funcionários na rede pública de ensino. O direito à saúde é negado , na medida em que para se ter um atendimento é necessário pagar um plano de saúde. A Polícia Militar é uma verdadeira máquina de negação da vida à população pobre e negra das periferias,  pois são inúmeros os episódios de massacres e violação de direitos cometidos. O direito de ir e vir é negado e a população é coagida a pagar os caros pedágios que infectam as rodovias estaduais. Os direitos democráticos são cassados pelos tucanos, que montaram um poderoso aparelho de repressão aos protestos e monitoramento dos movimentos sociais.

O prefeito Bruno Covas, apadrinhado político de João Doria, negou o direito à gratuidade do transporte público na capital paulista para uma parte dos idosos. No que tange à moradia, os despejos violentos  de famílias inteiras, promovidos pela Polícia Militar, com autorização da Justiça, são uma realidade cada vez mais frequente.

Os tucanos são especialistas em negar os direitos fundamentais do povo brasileiro. Na época do governo Fernando Henrique Cardoso (FHC), dezenas de milhões de brasileiros morriam de fome. Portanto, é preciso denunciar o disfarce cínico dos tucanos e apontar para a manobra política que procura desvinculá-los do golpe de Estado, da fraude eleitoral e do apoio ao governo Jair Bolsonaro. O PSDB é um dos principais inimigos das massas populares, pois está umbilicalmente ligado aos bancos e ao capital estrangeiro, isto é, ao imperialismo.

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