Segundo o Serasa, o percentual de inadimplência no pagamento de serviços básicos como água e luz chegou à 23,6% em dezembro de 2020. Se trata do maior valor desde janeiro de 2018, data qual fora iniciada a contabilização da série histórica pelo órgão. É um número expressivo que representa um aumento de 0,8 ponto percentual em um único mês. Desde o começo da pandemia do novo coronavírus o povo vem sofrendo dificuldades para pagar as contas, de forma que a quantidade de pessoas que deixaram de cumprir com essas obrigações subiu mês a mês. De março de 2020, onde começaram as medidas para conter a transmissão do vírus, o índice cresceu 2,1%.
A alta no índice advém, claramente, da falta de suporte por parte do poder público às famílias, que se encontram sem condições financeiras, muitas vezes, de sequer colocar comida na mesa de jantar. Mesmo com o auxilio emergencial a situação não mudou, já que o mesmo fora utilizado em sua quase totalidade para sanar o problema da fome. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), tendo em vista a situação calamitosa que o povo vem enfrentando, suspendeu o corte de energia elétrica para os consumidores de baixa renda inadimplentes até 31 de dezembro do ano passado. Para o restante da população, a diretriz durou somente entre março e agosto daquele ano. No que tange o fornecimento de água, vários estados e municípios proibiram cortes e ajustaram as regras para quem não conseguiu honrar os compromissos.
Os valores crescentes dos serviços básicos são justamente os que mais comprometem a renda dos mais pobres. Entre ter luz e água ou comida em casa, a escolha lógica é a última. Em regra, o prazo para o corte dos serviços por falta de pagamento é de 90 dias (3 meses), de forma que é possível postergar o pagamento deles em prol da segurança alimentar de suas famílias. Se trata de uma situação absurda, sim, mas uma situação que só existe através da permissão dos governos direitistas. A matriz econômica do governo golpista não tem nenhum plano de apoio ou contingencia econômica que vise ajudar a população pobre, muito pelo contrário: os pobres são descartáveis sob ótica neoliberal de Paulo Guedes.
Suspender o pífio auxilio-emergencial, qual possuía o valor R$ 600,00, no meio de uma pandemia global, já demonstra uma clara falta de respeito ou preocupação pelos mais necessitados por parte do Poder Público. Pré-anunciar novamente o mesmo programa com um valor de R$ 250,00, menos da metade do original, que não paga meia cesta-básica, confirma o plano de extermínio do Governo. Como dito anteriormente, um absurdo, sim, mas não uma fatalidade. O governo golpista está levando o Brasil rumo a um colapso generalizado do setor de saúde e do setor econômico. Para Jair Bolsonaro e sua corja, a população brasileira tem escolher onde aplicar seu dinheiro: comer e não pagar a conta de luz ou pagar a conta e morrer de fome.