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Burguesia encurrala mulheres

MP investiga mãe por mal resultado do filho no EAD

O capitalismo mantém o caráter privado da família e do cuidado com os filhos e com o lar e faz com que esta responsabilidade recaia sobre as mulheres

Nos últimos meses, é possível acompanhar como a situação das mulheres tem se deteriorado bastante durante a pandemia. Nos mais diversos aspectos, as mulheres vem sofrendo as consequências da política de ataques da burguesia, que, com o agravamento da crise capitalista, recai sobretudo na classe trabalhadora e seus setores mais oprimidos, e a mulher é a mais atingida pelo desemprego, pela violência doméstica, tarefas domésticas, carga de trabalho, tem sofrido ataques aos seus direitos de trabalhistas e até ao aborto legal. Como se não bastasse tudo isso, agora as mulheres, as mães, também estão sendo intimidadas pelo estado pelo desempenho dos filhos no desastroso EAD (ensino à distância).

Foi o que aconteceu no Rio Grande do Sul, onde o Ministério Público recebeu denúncia de uma escola contra uma mãe por seus filhos estarem faltando às aulas virtuais e não entregando seus deveres e trabalhos. O MP por sua vez não tratou de verificar, por exemplo, a qualidade do EAD, a adaptação das crianças ao método para porventura auxiliar os alunos a participarem.

Isto porque fato é que o ensino à distância é um desastre, uma fraude para fingir que os alunos não estariam perdendo o ano letivo quando na verdade efetivamente estão devido a péssima qualidade do ensino, no método à distância, principalmente para crianças e nos cursos básicos e universitários. E é este finalmente o motivo de os alunos faltarem e terem baixo rendimento escolar no EAD.

Para o MP e para o Estado e as instituições burguesas, por sua vez, o problema não seria a precariedade do ensino a distância, mas sim as mães, que devem ser investigadas e intimidadas neste caso. Isso mesmo, as mães, as mulheres que estão mais do que nunca presas aos afazeres domésticos, a cargas altíssimas de trabalho virtual e de cuidados com os filhos, agora também devem ser responsáveis pelo ensino escolar dos filhos.

Devem estar a postos para monitorar se os filhos estão assistindo às aulas e fazendo os deveres corretamente, isto enquanto participam de uma chamada do trabalho no zoom, atendem ligações, preparam o almoço e lavam a louça! Isto se seu trabalho permitir ficar em casa, caso contrário, continuará como a grande maioria das mulheres trabalhadoras, trabalhando fora e precisando dar conta de todos os serviços domésticos que, com os filhos fora da escola na pandemia, mais que dobrou.

É preciso ter claro que não se trata de um simples acompanhamento dos filhos na escola. A mãe investigada pelo Ministério Público está sendo responsabilizada pelo mal desempenho escolar dos dois filhos, ou seja, seria sua função e não da escola garantir que os filhos se saiam bem nas obrigações escolares, ainda que o EAD funcione no sentido oposto disso, o que já seria absurdo até mesmo nas aulas presenciais que como é de conhecimento geral são em sua maioria precárias.

O que acontece é que há a responsabilização das mulheres pelos mais variados aspectos da vida dos filhos, desde alimentação, saúde, ensino, etc., o que se deve ao caráter privado da família e do cuidado com os filhos e com o lar, característico da sociedade capitalista. A consequência disto inevitavelmente é que esta responsabilidade recai sobretudo sobre as mulheres que com isto são mantidas reféns da família, do cuidado com os filhos e dos afazeres domésticos.

Ficando clara assim a função essencial de manter estas questões na esfera privada e longe da responsabilidade coletiva que é fortalecer as amarras das mulheres, intimidá-las caso não cumpra seu papel e impedir assim sua participação na luta política de classes e consequentemente sua emancipação.

A participação das mulheres nas decisões políticas não passa por mais leis punitivas ou de leis demagógicas de “representatividade”; mas é preciso sim incentivar a luta das mulheres trabalhadoras no sentido de retirar dos seus ombros o que mais pesa para as mulheres na sociedade que são as responsabilidades com os filhos e as tarefas domésticas, que são as barreiras mais conservadoras do capitalismo para as mulheres.

Estas funções devem ser passadas para a responsabilidade coletiva para que as mulheres se desprendam destas amarras e os filhos e o lar sejam encarados como tarefas normais sem o severo conservadorismo que as rodeia dentro da esfera privada da família. O que deve se dar sobretudo na luta contra a burguesia que é sua inimiga e que perpetua a situação de opressão e pela luta em defesa do governo operário.

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