De acordo com investigação da própria imprensa golpista, o apresentador de televisão Luciano Huck mantém, até os dias de hoje, um vídeo vergonhoso, onde bajula vergonhosamente o general golpista Villas Bôas. O vídeo foi gravado em dezembro de 2019, mas teve uma alta repercussão nas redes sociais no dia 18 de fevereiro de 2021, o vídeo foi registrado durante o lançamento de um instituto ligado ao militar.
Candidato da Frente Ampla, acena a Villas Boas
Huck tem uma série de alianças com parlamentares e governadores de esquerda, tentando agrupar os setores da frente ampla em seu entorno. Um dos casos mais notórios é a aliança do Huck com o governador do Maranhão Flávio Dino (PC do B), que tenta passar essa junção como necessária.
Sobre essa aliança, Dino afirma: “Pode ser que a esquerda sozinha não consiga. Por isso é muito importante que se tenha reuniões, eu fiz mais até de uma reunião com o Huck. Mas não é que eu o apoio. O Dino apoiou o Huck. Não. Mas nesse momento talvez tenhamos que fazer essa escolha. Vamos deixar o Bolsonaro ganhar? Deus nos livre! O Brasil não aguenta, a Amazônia não aguenta, o Pantanal não aguenta, mulheres e negros não aguentam mais quatro anos de Bolsonaro. Por isso tem que conversar com Huck”.
Outra aliança de destaque do Huck é a com Ciro Gomes (PDT). A tabelinha entre ambos nas redes sociais, foi claramente um esforço de campanha em conjunto. Os dois fizeram um falso debate envolto em demagogias que estagiam como propostas em comum de governo. Essa campanha política é claramente o esforço de um setor de “esquerda” para tornar palatável o candidato de direita.
Colocando-se como um dos candidatos científicos da direita tradicional, sendo uma expressão do monopólio da Rede Globo, Huck aparece como um “mal menor”, palatável à esquerda pequeno burguesa. Mas esse mesmo “mal menor”, mesmo tentando viabilizar uma frente ampla, não tem o menor pudor em demonstrar sua proximidade com os generais golpistas de 64, que marcaram vergonhosamente a história do país.
Esse acontecimento apenas demonstra o fracasso da política da frente ampla, que supostamente apoia uma ala da direita “democrática” contra a extrema direita ditatorial. No final, a esquerda pequeno burguesa abre mão de uma política independente da burguesia para apoiar candidatos totalmente contrários aos interesses da população.
Uma falsa oposição
Se for candidato em 2022, Huck será o candidato da Rede Globo, o monopólio que se estabeleceu durante a Ditadura Militar de 64, apoiando o que eles chamavam de “posicionamento amplamente majoritário”, encobrindo todos os crimes da ditadura. A Globo também promoveu ativamente o golpe de Estado de 2016, e foi essencial no processo da Lava Jato, propiciando a fraude eleitoral de 2018, que colocou Bolsonaro no poder.
Também não podemos esquecer suas relações com o imperialismo, principalmente com seu setor mais belicoso, o Joe Biden. Em relação a sua eleição Huck afirma: “Hoje, Joe Biden foi eleito presidente dos Estados Unidos. Parabéns para você e para a vice-presidente eleita, Kamala Harris, por uma eleição inspiradora. Essa é uma vitória da democracia, das lideranças responsáveis por um mundo mais inclusivo e economicamente sustentável”.
Huck ainda completou: “Vitória importante para os EUA e o mundo. A moderação, equilíbrio e bom senso nas propostas venceram a intolerância, absurdos defendidos e cometidos, racismo, machismo, misoginia, fracasso no combate à pandemia. Um aprendizado a países que lidam com lideranças tacanhas como Trump”.
Mas no meio da direita “científica” que está tentando agrupar a frente ampla a possível aproximação ou apoio à extrema direita em 2022 não é uma exclusividade de Huck. Fernando Henrique Cardoso (FHC) já declarou que diante da impossibilidade de um candidato viável do PSDB, ou da direita tradicional, seria possível o apoio à extrema direita na figura de Bolsonaro para as eleições presidenciais de 2022.
Os candidatos da burguesia precisam da benção dos generais
Esse ocorrido também serve para demonstrar uma um ponto importante da política nacional, para ser um candidato viável da burguesia é preciso o apoio do generalato. Mesmo com abertura política brasileira vários setores da economia ficaram sob forte influência das forças armadas, e os políticos burgueses que almejam a presidência da república precisam ganhar o apoio dos generais para suas candidaturas.
Mesmo com o fim da Ditadura de Militar de 64, o Brasil como o resto da América Latina não conseguiu alcançar a independência política, mantendo-se onde foram deixados pelos militares, sob o jugo do imperialismo norte americano. Sendo visível o papel dos militares no último golpe de Estado de 2016, que destruiu quase por completo setores inteiros da economia nacional, em favor dos monopólios norte americanos.