A pandemia do COVID-19 escancarou o nível de sucateamento do ensino público no Brasil. Os professores, alunos e pais e mães lutaram contra o retorno às aulas na modalidade presencial, por saberem que as escolas seriam transformadas em locais de transmissão da doença. O exemplo do estado de São Paulo, cujo governador João Doria (PSDB) forçou o retorno, comprova a tese. Houve mais de mil infecções, mortes de dezenas de professores, diretores, coordenadores e até mesmo de alunos do ensino fundamental.
Durante este 1 ano de vigência da pandemia, os governos federal, estaduais e municipais não realizaram investimentos para adequar os sistemas de ensino às novas condições. O sistema de Ensino à Distância (Ead) tornou-se uma alternativa provisória. Contudo, as escolas não foram devidamente equipadas, os professores não receberam os equipamentos eletrônicos necessários (computador, notebook, tablet, celular) e tampouco as famílias receberam os equipamentos.
O fornecimento dos materiais pedagógicos foi transferido de uma obrigação do Estado, estabelecido pela Constituição, para as famílias, atingidas pelo desemprego e pela vulnerabilidade social. Isto é, o poder público está se desobrigando de suas funções de garantir as condições materiais para que o processo educacional se realize.
A imprensa capitalista e os partidos de direita falam sobre o aprofundamento das desigualdades sociais em virtude do fechamento das escolas. Contudo, não se fala sobre a imperatividade de realizar investimentos massivos para garantir o direito à educação. No pior momento do País, quando é necessário investir e garantir as condições para o funcionamento dos sistemas de ensino, a política de austeridade fiscal impede que isto aconteça.
No Distrito Federal (DF), as famílias relatam que não há envio de atividades impressas. Os equipamentos para o Ensino à Distância também não foram fornecidos pelo governo do DF. O poder público não forneceu celulares para os alunos. Quem não tem como adquirir um celular, fica excluído de assistir às aulas. Em geral, os alunos, professores e equipe pedagógica têm de garantir por recursos próprios os equipamentos de acesso.
Da maneira como está, o Ensino à Distância é uma farsa. É necessário uma ampla mobilização da comunidade escolar para forçar os governos a garantirem as condições para o andamento do ensino. Caso isto não ocorra, é urgente uma greve de alunos, educadores e funcionários.
A Aliança da Juventude Revolucionária (AJR) participou de mobilizações e greves contra o EaD. O regime político golpista, mesmo em meio a uma pandemia que matou mais de 280 mil brasileiros, não está disposto a gastar um centavo com as necessidades fundamentais da população.