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Crise econômica

Ford e BB demitem 10 mil e centrais sindicais não fazem nada

Centrais sindicais adotam política de correr atrás dos patrões e da direita para pedir de joelhos que não demitam. É preciso de um plano de lutas urgente!

O anúncio de pelo menos 10 mil demissões realizadas pela Ford e pelo Banco do Brasil gerou uma enorme repercussão nacional e, em especial, entre os trabalhadores. Desde a burguesia até a esquerda pequeno burguesa criticaram duramente a saída e as demissões, mas são críticas sobre a política econômica do governo de Jair Bolsonaro e muitas vezes dando a sugestão de conceder ainda mais benefícios para os capitalistas não demitirem. Mas em nenhum momento houve uma proposta diretamente para os trabalhadores.

A total falta de política para os trabalhadores se mostrou nas notas emitidas pelas Centrais Sindicais que não apontam para nenhuma política para resolução do problema das demissões.

Diante das demissões, as Centrais Sindicais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST e CSB se reuniram nesta quarta-feira (13/01) para discutir os problemas dessas demissões. O único problema é que não se apresentou uma política concreta e clara para lutar contra as demissões e os fechamentos de fábricas.

Na nota publicada diz o seguinte: “As Centrais Sindicais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST e CSB, reunidas virtualmente nesta quarta-feira (13/01) no Fórum das Centrais Sindicais, debateram sobre as dramáticas notícias para os trabalhadores brasileiros neste início de ano: o fechamento da Ford, o fechamento de agências do Banco do Brasil e as milhares demissões anunciadas nesta segunda-feira (11)”.

O problema das “centrais”

Em primeiro lugar, o que mostra que essas orientações que vão sair dessas reuniões é que todas com exceção da Central Única dos Trabalhadores (CUT) não são verdadeiras centrais e estão intimamente ligadas aos patrões e a direita golpista. Força Sindical, UGT, NCST e CSB estão ligadas a partidos de direita e nunca levaram a frente nenhuma luta ou apenas uma grande mobilização dos trabalhadores.

Pelo contrário, muita delas apoiaram o golpe em 2016 e apoiaram candidatos da direita e aos patrões em oposição a luta contra o golpe e a retirada de direitos dos trabalhadores e destruição das organizações sindicais.

São “centrais” que não contribuem em nada com a luta e nem com a mobilização dos trabalhadores, apenas usam os trabalhadores para apoiar políticos da direita e montar uma estrutura burocrática dentro dos sindicatos e transformar um instrumento de luta e mobilização em um aparato engessado e que apenas realiza atividades formais na relação patrão x empregado.

Apenas medidas burocráticas

A nota das Centrais não aponta um caminho de luta para os trabalhadores. Apenas reuniões e “pressão” no Congresso Nacional que nunca deram resultaram em ganhos para os trabalhadores quando não há uma grande mobilização.

Vamos fortalecer a nossa unidade de ação e estabelecer uma ampla rede de debates e de negociação com os poderes Executivos, Legislativos e Judiciário, com os empresários e com o movimento sindical internacional. Iremos promover o debate nas bases sindicais, em eventos regionais e nacionais, organizando nossa resistência e atuação propositiva em cada situação e diante de cada problema, mobilizando e incidindo local e nacionalmente”, diz a nota.

E ainda tiram como medidas o que dissemos acima:

  • Investir na unidade sindical e na construção de iniciativas e ações conjuntas.
  • Ampliar e estabelecer diálogo com os parlamentares (senadores, deputados federais, deputados estaduais e vereadores) para tratar de iniciativas a serem tomadas em relação à Ford e casos semelhantes.
  • Estabelecer diálogo com os Governadores de São Paulo, Bahia e Ceará para a construção de alternativas para o caso Ford.

Essas deliberações vão de encontro em realizar acordos com a direita, com os patrões para evitar uma mobilização dos trabalhadores e facilitar o trabalhado dos grandes monopólios como a FORD ou contribuir na privatização do Banco do Brasil. O que será conversado com os governadores? Dar mais subsídios para as empresas ou cortar salários e outros benefícios dos trabalhadores? correr atrás de parlamentares que apoiam as demissões e as privatizações e votam juntamente com Jair Bolsonaro nos ataques aos direitos trabalhistas e de organização sindical.

É evidente que essas medidas somente vão favorecer os patrões em detrimento dos trabalhadores, seja fechando acordos mínimos para economizar o dinheiro dos patrões ou para dar mais isenções fiscais para os grandes monopólios e favorecer as privatizações.

É preciso mobilizar os trabalhadores e ocupar as fábricas

Não é possível tomar nenhuma medida burocrática como as apresentadas pelas centrais sindicais sem observar a crise econômica no mundo. Há um processo de falência e fechamento de fábricas em grande escala e os monopólios estão cortando empregos e fábricas para lucrarem ainda mais.

Conversar com governadores, procurar novos “patrões” ou acordos de redução salarial ou de afastamento não vão resolver os problemas nem na Ford e o Banco do Brasil e nem no fechamento de fábricas em larga escala que está ocorrendo em todo o país.

Nesse momento a única medida é a ocupação das fábricas e não essas medidas patronais. Ainda as representações sindicais têm que ampliar a mobilização com passeatas, panfletagens junto a população, em greve com ocupação da fábrica até o atendimento de suas reivindicações, no caso contra o fechamento da fábrica. Esta é a possibilidade de vitória, ocupar a fábrica, para isso os trabalhadores têm que passar por cima da capitulação da direção sindical. É preciso uma medida de força dos trabalhadores.

É preciso que a CUT rompa com as “Centrais” pelegas e controlada pelos patrões para passar por cima da política de conciliação e iniciar um plano verdadeiro de lutas que envolve em mobilizar os trabalhadores e ocupar os locais de trabalho contra as demissões, fechamento de fábricas e até trabalhar em período de agravamento da pandemia de coronavírus.

Correr atrás de governadores, de parlamentares da direita e do judiciário somente irá levar ao caminho da derrota que significa mais demissões e empobrecimento da classe trabalhadora brasileira.

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