A Folha de São Paulo participou da convocação das mobilizações da direita para este domingo, 12 de setembro, concebidas para impulsionar a candidatura da “terceira via” para as eleições presidenciais de 2022. Até mesmo o deputado federal fascista Kim Kataguiri (DEM-SP) e o vereador Rubinho Nunes (PSL) se travestiram de “democratas” e ativistas pelo Fora Bolsonaro.
Atos que aconteceram nas capitais, convocados pelo Movimento Brasil Livre (MBL), Vem Pra Rua (VPR), Livres, Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e contaram com a adesão do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Partido Democrático Trabalhista (PDT), Partido Socialista Brasileiro (PSB) e até mesmo com a deputada estadual Isa Penna (PSOL), que desobedeceu a determinação de não comparecer de seu próprio partido. Uma observação se faz necessária: estes atos foram um verdadeiro fiasco e reuniram um grupo muito pequeno de pessoas.
Os atos foram marcados pela ausência da cor vermelha. O MBL pediu para que todos fossem vestidos de branco e destacou o caráter “suprapartidário” das mobilizações, “nem de direita, nem de esquerda”, porém que na realidade eram de direita. Em diversos desses atos, foi possível ouvir ataques à esquerda e, particularmente, ao ex-presidente Lula (PT), a única alternativa de massas do ponto de vista eleitoral a Jair Bolsonaro (ex-PSL, sem partido).
É preciso destacar o cinismo da Folha de São Paulo, uma fábrica de mentiras e falsificações. Em diversas ocasiões, esta voz da burguesia tentou sequestrar as mobilizações da esquerda, desfigura-las de seu caráter de classe, expulsar os partidos de esquerda e as organizações de massas (PT, CUT, CMP, MST) e, finalmente, transformá-las em atos cívicos verde e amarelo. Acontece que a expulsão do PSDB dos atos por parte de militantes da esquerda impediu que se consumasse a operação política para gestar um novo Junho de 2013.
A Folha agora se declara um jornal “à serviço da democracia”. Contudo, a campanha “contra a corrupção” para criar as condições para o golpe de Estado de 2016, que se materializou com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), está muito fresca na memória do conjunto do ativismo. A imprensa golpista deflagrou uma grande campanha para acuar o governo petista e permitir o avanço da conspiração golpista. Na sequência, a Folha apoiou a política neoliberal do governo Michel Temer (MDB) e também apoiou a Operação Lava Jato, destinada a prender o ex-presidente Lula em pleno processo eleitoral. Na época só se falava do Triplex do Guarujá e do sítio de Atibaia.
Neste momento a Folha está dedicada a impulsionar a candidatura da “terceira via”, isto é, mais uma fraude contra os direitos democráticos do povo. A terceira fase do golpe de Estado é uma operação complexa, que só pode ser levada adiante por uma imprensa a serviço dos grandes capitalistas e do imperialismo. E a Folha de São Paulo tenta validar seus credenciais para desempenhar esse papel.