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Pela democracia

Como o imperialismo usa ONGs para desestabilizar inimigos

ONGs são amplamente usadas para financiar golpes

*Por Tiago Carneiro, correspondente em Luxemburgo

Durante o governo Trump, o clima golpista não estava tão intenso. Comparado com a situação mundial atual, poderíamos dizer que tinha até arrefecido, o que pode até chegar a ser curioso, pois o ex-presidente dos EUA costumava ameaçar publicamente os seus desafetos. Trump não colocou em prática a política desejada pelo imperialismo, por não ser um representante “puro sangue”, sendo antes, o representante de um setor menor da burguesia americana, menos entusiasmada com aventuras no estrangeiro do que os setores de ponta do capitalismo americano. Por outro lado, Joe Biden é alguém de confiança do chamado “complexo industrial militar”. Sua missão é retomar a todo vapor a política não abandonada, mas levada com menos afinco durante o governo Trump. Portanto, é de se esperar que os golpes promovidos pelo imperialismo retornem com mais frequência.

Uma das formas que o imperialismo tem de fomentar golpes é financiando grupos ou pessoas específicas nos países-alvo. Por sua vez, os financiados automaticamente ganham espaço na imprensa nacional e internacional, tornando-se “novas lideranças” e combatentes “por um mundo justo” e “por democracia”. Para quem acompanhou o que aconteceu no Brasil antes e depois do Golpe de 2016, Euromaidan na Ucrânia, as tentativas de golpe na Venezuela e, mais recentemente, em Cuba, nada disso é novidade. Aqui, trataremos de como o imperialismo financia opositores para tentar desestabilizar a Rússia e seus aliados. 

Alexei Navalny 

Blogueiro com mais de 6 milhões de seguidores, “advogado e manifestante anti-corrupção” (lembra alguém no Brasil?), ferrenho opositor de Vladimir Putin, Alexei Navalny recebeu atenção internacional ao “expor” a “corrupção na Rússia”, além de um suposto caso de envenenamento que resultou em sanções por parte do imperialismo contra oficiais russos. Um fato interessante sobre Navalny é que ele foi “agraciado” com um convite para participar de um programa da Universidade de Yale, nos EUA, para a “formação de novas lideranças mundiais” (Yale World Fellows). Participaram do mesmo programa outros excrementos políticos retirados da mesma latrina de onde veio Navalny, tais como María Corina Machado, golpista Venezuelana, e figuras de destaque no Euromaidan, como Andriy Shevchenko. 

O imperialismo gosta de adular os seus cachorrinhos. Corina Machado e Navalny ganharam prêmios como “100 pessoas mais influentes do ano”. Para Navalny, ainda foram dados os prêmios “100 maiores pensadores globais”, 25 pessoas mais influentes da Internet”, dentre outros. Quem acompanhou a Lava-Jato no Brasil lembra de prêmios equivalentes recebidos por Sérgio Moro. Portanto, esses títulos concedidos por instituições ligadas à burguesia internacional valem tanto quanto aquilo que o gato enterra…

Nesse caso, vale ressaltar que tanto Navalny quanto Corina Machado são financiados pela National Endowment for Democracy (NED), fundação de fachada do imperialismo dos EUA cujo objetivo é financiar golpes de estado sob o pretexto da “Democracia”. Uma pequena olhada em seu sítio na Internet e podemos ver o curioso mapa “Onde a NED atua?”. A resposta é simples: atua onde o imperialismo quer dar golpes. Em seu verbete em Francês na Wikipedia, a NED declara que “[…] repassou 5,2 milhões de dólares a ONGs russas, e.g., Memorial, GOLOS e o blogueiro Alexei Navalny”. Não é preciso dizer que o mesmo vale para o Euromaidan na Ucrânia, que colocou os nazistas no poder: “Na Ucrânia a NED ajuda diversas organizações ligadas à ‘revolução laranja’”. O interessante é que a “prestação de contas” pode ser vista abertamente na Internet.  

A NED na Bielorússia

O financiamento de opositores em estados operários vem de longa data. Vamos nos deter aqui ao começo dos anos 1990. Tomemos como exemplo o primeiro presidente bielorusso pós-União Soviética, Stanislav Shushkevich, um dos signatários do documento que pôs fim ao estado operário, mesmo a população votando contra o desmonte em um referendo. Shushkevich, pelos seus serviços prestados ao imperialismo, recebeu a Medalha Truman-Reagan da Liberdade da Fundação Memorial das Vítimas do Comunismo, também situada nos EUA. 

Essa fundação é responsável, além de financiar golpes, por levantamentos sobre os “100 milhões de mortos pelo comunismo” (onde inclui nazistas como “vítimas”) ou “a situação dos Uyghurs na China”, pretexto utilizado para pressionar Pequim até recentemente, mantém museus “anticomunistas”, como o situado em Budapest. Mas, no contexto dessa matéria, é importante dizer que quem também ganhou a medalha supracitada, além da escória golpista vinda de ex-Estados operários, foi a própria Fundação NED.

Não é segredo nenhum o papel da NED na recente tentativa de golpe na Bielorussia, o que pode ser visto em matérias e artigos publicados pela própria fundação, alguns que datam do começo do ano 2000. A fundação declara abertamente que “gastou milhões de dólares para colocar fim ao ‘regime’ de Lukashenko”, destacando não os coxinhatos de 2020, mas à tentativa de golpe de 2005, chamada de “Revolução de Jeans”. 
Como a NED financia e treina vários grupos ao redor do mundo, é curioso ver a similaridade de todos os golpes/tentativas organizados por essa organização. Além do modus operandi, é possível notar similaridades na maneira de agir dos manifestantes. Os protestos mais recentes em Cuba, Rússia e Bielorussia contaram até com toques identitários: “mulheres segurando flores irão derrubar o regime de tirania”. Ainda nessa direção, é importante dizer que a “Revolução de Jeans”, que contou com poucos dias de manifestações, deu lugar a um documentário chamado “a praça”, justamente o mesmo nome pelo qual é conhecido o golpe na Ucrânia – Maydan.

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