A chacina no Jacarezinho (RJ) escancarou o caráter repressivo das polícias, seja Militar ou Civil, as polícias agem contra o povo. Não se trata de trazer segurança para a população, muito menos de resolver o problema do tráfico, que só pode ser resolvido com a legalização das drogas. A chacina histórica no Rio de Janeiro colocou um grito na garganta dos manifestantes nos atos que ocorreram após o acontecido “Chega de chacina, eu quero o fim da polícia assassina”. Essa palavra de ordem, de fato, apresenta a única saída para acabar com as mortes causadas pelas ações da polícia, é preciso colocar um fim a todo aparato repressor.
No ato contra a chacina no dia 8 de maio na Av. Paulista, uma mãe de um dos inúmeros grupos de mães que perderam os seus filhos para o assassínio do Estado, em desespero, perguntou: “quando essa dor de ver outras mães perderem o seus filhos para a violência estatal irá acabar”?
Muitas dessas mães, reservam a pouca esperança que têm na espera que alguma justiça seja feita contra os algozes dos seus filhos, neste sentido é preciso destacar que essa mesma Justiça faz parte de todo aparato repressor, o sistema judiciário é o mesmo que encarcera e permite toda essa truculência contra a população. Não raramente assinam embaixo e promovem aqueles que se destacam nessas operações sanguinárias.
Na semana que passou foi celebrado os 133 anos da abolição. O 13 de maio foi resultado de uma intensa luta do povo negro, os escravos colocaram abaixo um regime a partir de uma grande mobilização, sem direito a indenização para os senhores, se libertaram da condição de escravos. Temos muito a aprender e se inspirar nesta luta, se no passado os negros se libertaram da escravidão, no presente, podemos por abaixo toda repressão. Podemos levantar um grande movimento pelo fim da polícia, pelo fim dos presídios que são verdadeiros campos de repressão, pelo fim do judiciário golpista.
Devemos tirar milhares de panfletos, organizar comitês de autodefesa nas comunidades, discutir a questão do armamento, para poder substituir todo o aparato repressor do Estado por organizações democráticas e populares. Não há dúvida que, coletivamente, podemos por abaixo toda opressão.