Tido como grande democrata, progressista e opositor do fascismo, Joe Biden envia U$1,5 milhão para ajudar a direita fascista nicaraguense a tentar mais um golpe na Nicarágua.
A Nicarágua passa por uma grave crise social. Todos os países pobres da América estão passando por uma severa investida imperialista. Os grandes apoiadores dessa política pintaram Biden de democrático para vencer o fascista Donald Trump (Republicano), mas ambos são agentes da destruição, sendo Biden mais competente e dissimulado do que Trump.
É possível ver na América Latina e Central o recrudescimento da violência e da imposição das destrutivas políticas neoliberais, cujos objetivos serão salvar os grandes capitalistas da crise do regime.
A Nicarágua tem uma história de resistência e revolução no continente. Desde o final dos anos 70 vem sendo alvo dos Estados Unidos com mais intensidade. Em 1979, a Revolução Sandinista combateu o regime oligárquico da ditadura de Samoza, cuja família controlava 20% das terras do país, e se tornou um importante palco de uma revolução popular e contra o imperialismo.
A transformação promovida pelo povo nicaraguense após 1979 não ficaria sem uma contrarrevolução americana promovida pelos presidentes Jimmy Carter (1977-1981) e Ronald Reagan (1981-1989). Inspirados em Sandino, líder popular que lutou contra a usurpação das terras da Nicarágua na primeira metade do século XX, assassinado em 1930, a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) teve que enfrentar essas administrações imperialistas com guerras que mataram cerca de 30 mil pessoas. Devido à política nacionalista, conciliadora e mesmo medrosa, a FSLN não levou a revolução às ultimas consequências, tendo sofrido os danos desse erro imperdoável através de uma política genocida do imperialismo.
Hoje, passados quase 15 anos da volta do sandinismo ao poder, já sem a máscara radical propiciada pela mobilização revolucionária das massas em 1979, a Nicarágua ainda vive à beira de uma guerra civil. Daniel Ortega colocou em prática vários programas sociais no decorrer desses anos, mas suas alianças com setores conservadores têm enfraquecido o governo, para o proveito da direita golpista. Os imperialistas não se contentam com isso, entretanto, e querem tomar o poder no país, a todo custo. Em 2018 a extrema direita foi às ruas para tentar derrubar Ortega à força, em atos violentos que deixaram mais de 300 mortos.
As boas relações de Ortega com Cuba, Bolívia e Venezuela também incomodam os norte-americanos.
Por trás dessa desestabilização estava o imperialismo. Não apenas Trump. Ele era o que menos se intromeria na Nicarágua, na realidade. Os grandes responsáveis pela tentativa golpista no país foram os “antifascistas” do Congresso, particularmente os democratas e seus tentáculos internacionais, bem como a CIA e a USAID.
Agora, Joe Biden segue a linha imperialista de seu país. Chega como o “mal menor”, mas na verdade é a peça-chave para recrudescer o imperialismo no mundo. Biden tem experiência, pois foi nos anos 80 que ele, como membro de destaque da comissão de relações exteriores no Senado, financiou com os contrarrevolucionários na tentativa de derrubar o governo sandinista. Para golpear a Nicarágua, os chamados “contras” recebiam armas, dinheiro e treinamento da CIA. Com a crise do imperialismo, voltaram os golpes desde 2009 em Honduras. E Joe Biden é o homem certo para colocar essa política em prática contra os governos nacionalistas que restaram no continente.
Boa parte da esquerda pequeno-burguesa e demais progressistas acreditaram que Biden seria a diminuição dos ataques imperialistas no mundo, mas o que veio à tona em menos de três meses de governo é um recrudescimento dessa violência e instabilidade política em vários continentes, o que comprova que Biden é muito mais perigoso do que Trump, o espantalho usado pelo próprio imperialismo para manipular a opinião pública em favor do “democrático” Biden, a fim de que seja colocada em prática em todos os países pobres a cartilha de salvação dos grandes capitalistas parasitas: a cartilha neoliberal, imposta através de golpes e guerras.