Diante da enorme crise por que passa a Argentina, o governo de Alberto Fernández recorreu ao congelamento de 1432 produtos até 7 de janeiro de 2022. E ainda, com os preços que eram praticados em 1º de outubro. O setor de comércio não reagiu bem a essa política e acredita que ocorrerá desabastecimento, caso as empresas acharem que terão prejuízos e assim deixarem de produzir. Ainda lamenta que o governo recorra a uma estratégia que “nunca funcionou”.
A notícia foi divulgada pela Secretaria de Comércio Interior no dia 20, quarta-feira passada, e abrange o setor produtivo, o comércio e os distribuidores.
A medida foi a encontrada para tentar conter a crise que gerou enorme ampliação da pobreza e outros problemas sociais com a pandemia, e também a inflação, já ultrapassa 50% anual.
Como vem ocorrendo inúmeros casos de saques a supermercados naquele país, isso mostra que o regime está por um fio para degringolar de vez e romper totalmente o tecido social. A tendência é que aumentem os números de saques e que os trabalhadores se insurjam contra a ofensiva de sanguessugas sobre o seu país.
Tudo isso é consequência da política neoliberal que está sendo aplicada em todo o planeta. Causam empobrecimento gigantesco da classe trabalhadora, desemprego e redução dos salários e dos benefícios sociais. E os recursos economizados com os trabalhadores vão rapidinho para os cofres da burguesia, enriquecendo ainda mais a minoria que já é bastante rica.
A Argentina foi destruída nos quatro anos de governo de Mauricio Macri e continua sendo sabotada pelos capitalistas durante o governo de Alberto Fernández, que foi aceito pelo imperialismo apenas para amortecer a situação social, enquanto um governo muito mais direitista está sendo preparado.
O empobrecimento dos trabalhadores é comum em todos os países, e no Brasil a coisa vem ficando feia. Aqui os trabalhadores estão enfrentando a fila do osso, do pé de galinha e restos de carnes que seriam jogadas no lixo.
O outro lado da moeda é que a burguesia, os empresários, aumentam os lucros à custa da miséria e pobreza dos trabalhadores. Um escárnio repugnante, sem um mínimo de respeito aos que efetivamente constroem a riqueza do país.
Os trabalhadores neste momento não têm outra escolha que derrubar os governos neoliberais que representam o Estado burguês e assumam o controle do Estado em todos os países. O governo Fernández, embora tenha sido eleito com o apoio de um movimento de massas, que é o kirchnerismo, é incapaz de levar até as últimas consequências as reivindicações do povo. É preciso, portanto, abandonar quaisquer ilusões e mobilizar o povo em torno de suas necessidades, chocando-se com a direita golpista e parasitária.