Não é apenas ridícula a calúnia de que o PCO teria feito um acordo com a Polícia Militar de São Paulo antes da mobilização do dia 24 de julho, é também uma boa demonstração da importância que o Partido está tomando na situação política nacional.
É ridícula porque a acusação se volta contra o único partido que defende o fim da polícia em todas as oportunidades; que trata essa reivindicação como central na situação política. E é bom ressaltar, o fim de todas as polícias, não apenas a militar.
Também é ridícula porque é justamente o PCO o único partido que defende aberta e incondicionalmente o direito de grupos de ação direta, como as realizadas pelos black bloc. Mais ainda, na manifestação anterior, do dia 3 de julho, o PCO e os black bloc foram alvos de ataques da imprensa golpista e de toda a direita raivosa – incluindo alguns esquerdistas de classe média – que os chamaram de “bandidos”, “vândalos” e outras coisas. E por que a direita fez isso? Justamente porque teme que a política radical tome conta das manifestações e isso coloque o regime político golpista em xeque.
A calúnia reproduzida por um setor autoproclamado anarquista de que justamente o PCO teria feito um acordo escuso com a PM para permitir a repressão só serve aos interesses daqueles que querem enfraquecer as alas mais radicais do movimento. É uma política que serve aos tucanos, em última instância.
São os tucanos que querem tomar conta dos atos para usá-los de acordo com seus interesses eleitorais em 2022, ou a “terceira via”, como dizem. Se as manifestações se radicalizam, tal manobra se torna inviável.
Por fim, a participação do PCO na referida reunião, muito diferente de ter o conteúdo de um acordo escuso como alguns mal-intencionados querem dar a entender, foi o exato oposto disso. A discussão nessas reuniões costuma ser ocultada de todos, justamente porque a PM e as organizações que têm livre entrada nas instituições não querem que o povo saiba o que está sendo acordado. O PCO, que foi convidado para pouquíssimas reuniões como essa, fez questão de tornar público o que está sendo discutido e se recusou a aceitar qualquer ingerência política da polícia nos atos.
A maioria dos anarquistas, que realmente tem interesse em fazer o movimento se desenvolver, cada um com seus próprios métodos, não vai cair nessa calúnia. Mas é sempre bom esclarecer o que está em jogo.
Para caluniar o PCO, precisa pegar senha, porque nessa fila está a direita tucana e a extrema-direita bolsonarista, a esquerda burguesa e pequeno-burguesa parlamentar.
Da parte do PCO, o Partido continuará defendendo incondicionalmente o direito de a juventude se revoltar e se recusa a fazer coro com os defensores do “pacifismo”, que são, em última instância, os defensores do regime político golpista.