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"Oportunismo de nossa época"

A verdadeira esquerda oportunista

Em editorial, a Esquerda Marxista ataca a candidatura de Lula, ataca o PCO e defende a política da Frente Ampla.

A corrente interna do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Esquerda Marxista, publicou o editorial “O oportunismo político de nossa época” no dia 7 de outubro em seu jornal Tempo de Revolução.

O eixo central do texto são ataques ao Partido dos Trabalhadores (PT) e à candidatura do ex-presidente Lula. A acusação é a de que o oportunismo político do PT no movimento Fora Bolsonaro deve ser combatido pelos marxistas. No entanto, é preciso destacar que o verdadeiro partido oportunista, parlamentar, sem base social popular, sem influência no movimento operário, difusor da ideologia do identitarismo e sem sequer um programa para a situação atual é o seu próprio partido, o PSOL.

O 7º Congresso do PSOL, realizado entre os dias 25 e 26 de setembro, deixou em aberto a questão do apoio à candidatura de Lula nas eleições presidenciais de 2022. A direção do partido quer que o PT abra mão da candidatura de Fernando Haddad, primeiro colocado em todas as pesquisas de intenção de voto, para apoiar a candidatura de Guilherme Boulos ao governo de São Paulo. A manobra é pressionar o PT -com apoio explícito da imprensa golpista – para abrir mão de sua candidatura e apoiar Boulos, para com isso garantir que os tucanos continuem no comando do 2ª maior orçamento e máquina política do Brasil. Esta manobra sagrou-se vitoriosa na eleição municipal de 2020 em São Paulo.

A política da esquerda deve ser, neste momento, de apoio incondicional à candidatura de Lula, porque se se apoia nos sindicatos (CUT), nos movimentos populares e no maior partido de esquerda do Brasil (PT) e é o único capaz de disputar o poder político na arena eleitoral e impor uma derrota aos golpistas. Além disso, a defesa da candidatura de Lula deve ser levada adiante através da mobilização popular e por um programa de reivindicações da classe trabalhadora.

O PSOL e a Esquerda Marxista sabotam ativamente a candidatura de Lula. Isto não é uma política revolucionária. Setores do PSOL querem que o partido tenha uma candidatura própria, possivelmente a do deputado Glauber Braga (RJ), que não tem base popular e condições de disputar o poder político.

No decorrer do texto, a Esquerda Marxista também realiza ataques ao PCO. A política de combate à infiltração da direita golpista nos atos de rua pelo Fora Bolsonaro é classificada pelos psolistas como “sectarismo bate pau do PCO”. “Contra o oportunismo político de nossa época, em primeiro lugar necessitamos defender e afirmar as ideias do marxismo. Isso nada tem a ver com o sectarismo bate-pau do PCO que tenta expulsar elementos de direita aderentes aos atos Fora Bolsonaro, e incentiva e apoia a agressão a Ciro Gomes na Avenida Paulista, no ato de 2 de outubro”. De uma maneira disfarçada por um vocabulário esquerdista, a corrente interna do PSOL defende a presença da direita nos atos. Inclusive, defende o golpista Ciro Gomes, um agente da burguesia que se dedica a atacar o PT e já esclareceu que seu papel é impedir o este partido de chegar ao segundo turno contra Jair Bolsonaro.

A direita não está indo nos atos de rua por ter contradições políticas reais com o governo Jair Bolsonaro. Pelo contrário, os partidos tradicionais da burguesia (PSDB, MDB, DEM) votam em bloco com Bolsonaro no Congresso Nacional em todos os ataques aos direitos dos trabalhadores, como as privatizações dos Correios e da Eletrobras e a reforma administrativa (PEC 32). O que a direita quer é se apresentar como “democrática”, “civilizada” e “de oposição” a Bolsonaro para impulsionar a candidatura da terceira via. Nada além disso. A Esquerda Marxista não compreende a luta política e considera que a presença das forças da burguesia é um fator positivo para enfraquecer Bolsonaro.  Em suas palavras: “A presença de elementos e partidos de direita nos atos Fora Bolsonaro expressa a contradição e a crise dentro da própria correlação de forças da burguesia, e deve ser, ao contrário do esquerdismo infantil do PCO, explorada e utilizada para enfraquecer a base do governo Bolsonaro e a própria capacidade de ação dos burgueses.”

A Esquerda Marxista faz coro com a imprensa burguesa nos ataques ao PCO, inclusive com a famosa acusação da imprensa golpista do uso do fundo partidário. A miséria política desta corrente fica evidente quando demonstra, mais uma vez, não compreender a situação política e assim acusa o PCO de se adaptar à política do PT. “Um sectarismo que se combina e encobre o profundo oportunismo dessa seita personalista, que após décadas se locupletando do dinheiro estatal do fundo partidário, adaptou-se completamente à política de Lula e do PT”.

As campanhas de que Lula não deve comparecer aos atos de rua e que o PT deve abrir mão da sua candidatura em São Paulo em favor de Guilherme Boulos são feitas pela imprensa burguesa. O ataque ao PCO representa, em primeiro lugar, um ataque à candidatura de Lula e uma defesa da política de Frente Ampla. A deputada estadual Isa Penna compareceu no ato do dia 12 de setembro convocado pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e pelo Vem Pra Rua (VPR). O presidente do PSOL, Juliano Medeiros, fez uma série de convites para que os piores inimigos do povo, como Kim Kataguiri e o PSDB, participassem das mobilizações de rua. Diante de tamanha capitulação e atrelamento à direita por parte de seu partido, restou o silêncio da Esquerda Marxista.

Os verdadeiros oportunistas são os membros da Esquerda Marxista. A campanha contra a candidatura de Lula é um apoio, consciente ou não, à política da terceira via. Esta corrente deveria começar a criticar seu próprio partido, que apoiou a Lava Jato, se somou à campanha da direita golpista na época do impeachment de Dilma Rousseff (PT), tinha no “combate à corrupção” o eixo central de sua política e se engajou na campanha eleitoral de Guilherme Boulos em 2018 no contexto em que as eleições estavam sendo fraudadas abertamente com a prisão política de Lula,  com vistas a permitir a chegada de Jair Bolsonaro à presidência da República. Se o que está em questão é o oportunismo, o que dizer de uma corrente que se incorpora a um partido burguês que faz frente única com o imperialismo?

A política do “fica em casa” foi endossada pela Esquerda Marxista e pelo PSOL, o que significou mais de um ano de paralisia do movimento popular no período da pandemia. A burguesia não quer a candidatura de Lula, por isso a corrente marxista procura atacá-la “pela esquerda”. Se a prática é o critério da verdade, não é difícil perceber quem são os verdadeiros oportunistas de nossa época.

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