O coletivo de negros João Cândido repudia veementemente a campanha sórdida de calúnias contra o Partido Causa Operária (PCO) promovida por setores que se apresentam como parte da esquerda para defender o PSDB, partido historicamente inimigo do povo negro, pobre e trabalhador.
No último grande ato da campanha fora Bolsonaro, ocorrido no dia 03 de julho, o PSDB de São Paulo, em uma atitude provocativa, compareceu ao ato na avenida Paulista em São Paulo, com seus bate-paus pagos, empunhando faixas de campanha eleitoral deste partido odiado pelo povo negro e trabalhador e se colocou à cabeça da manifestação.
Essa atitude provocativa resultou em um confronto físico com setores da esquerda, incluindo aí alguns militantes do PCO, dentre outros setores da esquerda, acarretando o desmonte do minúsculo bloco da direita.
Setores que se apresentam como integrantes da esquerda, notadamente a Revista Fórum e seu diretor de redação Renato Rovai em conluio com Carmem Silva do Movimento Sem teto do Centro (MSTC), começaram uma campanha de calúnias, acusando o PCO de agredir gratuitamente, pessoas deste movimento, inclusive mulheres com crianças, e de roubar celulares, como se se trata-se de um grupo de criminosos. Sem apresentar qualquer prova ou mesmo ouvir a outra parte, métodos típicos da polícia racista do PSDB de São Paulo, acusaram e condenaram o Partido e não indivíduos específicos, em seus órgãos de imprensa.
A campanha serve a um objetivo muito claro, proteger o PSDB e a direita tradicional racista que tenta se infiltrar nos atos da esquerda para dominá-los, ao mesmo tempo calar o PCO, voz pela qual se expressa a opinião majoritária da base do movimento que condena a participação da direita nos atos, procurando desmoralizá-lo perante o conjunto das organizações de esquerda com acusações falsas.
Assim, objetivamente, constituem fios transmissores dos interesses da direita no interior do movimento fora Bolsonaro, movimento eminentemente da esquerda. O coletivo negros João Cândido solidariza-se com o PCO e condena essa manobra da direita e seus serviçais.
O PSDB é o mandante do massacre de Paraisópolis contra o povo negro, é o construtor da política implacável de perseguição ao negro promovida pela Polícia Militar em São Paulo, é, junto com o restante da direita tradicional, repressor e os construtor e mantenedor da opressão racista contra o negro promovida pelo Estado nacional, desde, pelo menos, a redemocratização. Se aos olhos da pequena burguesia são democratas, contra o povo negro sempre foram nazistas.
Ademais, o PSDB e o conjunto da direta tradicional estão intimamente ligados ao bolsonarismo, sendo este governo obra desta direita que desestabilizou o País, derrubou um governo eleito, prendeu o principal líder da esquerda, Lula, para que não concorresse à eleição e apoiaram todos Jair Bolsonaro em 2018. A direita tradicional já fez a tempos sua escolha e não foi nem mesmo pela democracia burguesa e sim pela queda da esquerda moderada e pela entrega do poder para a extrema-direita fascistóide, não há motivos para crer que mudaram de opinião.
Querem participar dos atos da esquerda para subvertê-los, dominá-los e submetê-los a seus próprios interesses, porém, no momento derradeiro, em não podendo alçar-se a si próprios ao poder, cravarão o punhal da traição nas costas da esquerda e estenderão o tapete para o fascismo de fato.
Uma questão fundamental para uma massiva campanha democrática por fora Bolsonaro em defesa dos direitos da população negra e do conjunto dos oprimidos e explorados, os mais afetados pela terror que são os governos tanto de Bolsonaro, quanto da direita tradicional, em especial os governos do PSDB como em São Paulo, estado com maior número de mortes por Covid-19, é a independência da mobilização em relação a direita tradicional, caso contrário, todas as pautas positivas serão anuladas e o movimento se descaracterizará e se tornará um mero apêndice das iniciativas da direta. Fora direita dos atos da esquerda!
“O escravo que mata o senhor, seja em que circunstância for, mata sempre em legítima defesa” (Luiz Gama).
O coletivo negros João Cândido também repudia a campanha de criminalização realizada pelos monopólios da imprensa capitalista e pela imprensa progressista contra a revolta da juventude e das massas populares que se expressam em ações contra o patrimônio público e privado.
Embora não seja o método de ação deste coletivo, cuja metodologia é a mobilização do povo negro, de maneira alguma o coletivo se coaduna com essa campanha que visa criminalizar quem luta. A revolta da juventude e das massas populares é absolutamente legítima diante do grau de violência que é vítima, promovida pelos governos da direita e da extrema-direita e deve ser vista como ação política e nunca como atividade criminosa.
11 de julho de 2021
Coletivo de negros João Cândido
