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Milhões de novas demissões

Por uma campanha contra as demissões e pela redução da jornada

É preciso organizar uma mobilização a partir dos locais de trabalho e bairros operários pela estabilidade no emprego, redução da jornada, sem redução dos salário e escala móvel

Estudo divulgado no começo do mês pelo Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Sócio-Econômicos (DIEESE) apontou que até o final de abril foram captadas cerca de 240 mil demissões noticiadas pela grande imprensa durante a crise do coronavírus.

O Departamento explicou em seu Relatório que baseou seus estudos na imprensa por conta da “interrupção da coleta e divulgação das pesquisas oficiais sobre o mundo laboral”, por conta da pandemia. E aponta que do “total de 239.534 desligamentos captados na imprensa” fazem parte informações veiculadas sobre 165 mil demissões nas indústrias de Santa Catarina, registradas por uma pesquisa primária realizada pela Fiesc (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina)”.

Ainda, segundo o Dieese, do total das demais demissões noticiadas pela imprensa capitalista, 74.534, estão distribuídas entre os seguintes setores:  32,5% ocorreram no setor calçadista;  27,1% no de serviços; 18,8% no metalúrgico; 10,3%, no comércio; 7,4% nos transportes, conforme gráfico abaixo.

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page2image2373998688 Calçadista 32,4%     page2image2373999072 Serviços 27,0%    page2image2373999456 Metalúrgicos 18,7%         page2image2373999712 Comércio 10,3%
page2image2373999968 Transportes 7,4%  page2image2374000512 Outros 2,3%              page2image2374000704 Petroleiros  1,7%

Regionalmente, o Sudeste foi a região que mais tem notícias de demissões, 60% do total. São Paulo lidera com 29,6% dos desligamentos noticiados.

 

Dados parciais

 

O próprio DIEESE reconhece o caráter muito parcial dos estudos ao afirmar que foram encontradas notícias que registram previsões de mais de 3,81 milhões demissões em todo o País, os quais estariam concentrados nos setores da indústria e do comércio.

Evidenciando que os dados são muito mais dramáticos para a classe trabalhadora em todo País, uma pesquisa divulgada no último dia 12, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), da Federação das Indústrias (Fiesc) e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina (Fecomércio) apontou que só naquele Estado cerca de 530 mil pessoas perderam emprego desde o início da crise provocada pela pandemia da Covid-19.
Outro exemplo, vem do Espírito Santo, onde representantes do segmento de bares e restaurantes estimam que quatro mil empresas terão que fechar as portas por conta da pandemia e podem provocar 20 mil demissões.
Por sua vez, em Minas Gerais, os lojistas de shopping centers estão acumulando prejuízos. As demissões no setor já somam cerca de 10 mil e 1,5 mil lojas foram fechadas definitivamente ou estão em processo de encerramento das atividades no Estado.
No Estado mais rico do País, o presidente da Facesp (Federação das Associações Comerciais de São Paulo) e da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), Alfredo Cotait Neto, declarou no final de março que “o setor de comércio e serviços do Estado de São Paulo poderá ter a demissão de até 1,5 milhão trabalhadores em razão da crise econômica e dos fechamentos trazidos pelo avanço do novo coronavírus“. A mesma estimativa apontava que “entre 10% e 20%, dos mais de 9 milhões de funcionários dessas áreas” iriam perder o emprego.  Uma previsão que muitos economistas estimam que tenha sido superada com um numero duas ou três vezes maior de demissões.
Mobilizar contra o desemprego
Esses dados parciais evidenciam que ao lado do sofrimento provocado pelas milhares de mortes pela pandemia do coronavírus (e outros epidemias e doenças que afligem o povo brasileiro) o desemprego é, neste momento, um dos maiores males que afligem dezenas de milhões de trabalhadores brasileiros.
Antes do estouro da pandemia, mais de 40 milhões de brasileiros vinham trabalhando no chamado mercado informal, sem carteira assinada e sem quaisquer direitos trabalhistas, o que os colocam em uma situação de total indigência social.
É preciso superar a paralisia dos sindicatos e demais organizações operárias e populares influenciadas pela política da esquerda burguesa e pequeno burguesa de não fazer nada durante a crise atual a não ser apoiar as iniciativas reacionárias dos governos de direita que estão no comando do genocídio e da burguesia que está se valendo da crise para esfolar ainda mais a classe trabalhadora.
É preciso utilizar as organizações existentes como os Comitês de Luta, Conselhos Operários, Sindicatos classistas, oposições sindicais etc. bem como criar organizações próprias dos desempregados para junto com organizações populares levar adiante uma campanha nacional contra o desemprego que busque organizar os trabalhadores da ativa e empregados em comitês de luta, que realizem atividades, mobilizações e iniciativas para cobrar medidas dos governos e das empresas, bem como ações dos sindicatos, da CUT e demais organizações dos explorados.
Esta campanha deve ter como reivindicações centrais, além de outras a serem debatidas pelos trabalhadores, a luta pela estabilidade no emprego e o cancelamento de todas as demissões desde o começo da pandemia, a imediata redução da jornada de trabalho, para o máximo de 35 horas semanais, 5 dias por semana, 7h por dia; o estabelecimento da escala móvel das horas de trabalho (reduzir a jornada, sem reduzir os salários, de acordo com a produção, para evitar demissões; controle operário de todas as empresas fechadas pelos capitalistas; garantia de pagamento de salário-desemprego, igual ao da ativa, enquanto durar o desemprego; não pagamento de contas de água, luz, gás etc. pelos desempregados; estabelecimento de um plano nacional de obras públicas de emergência, como a construção de hospitais e moradias para gerar milhões de novos empregos; contratação de milhões de trabalhadores da saúde, para fazer frente à pandemia etc.

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