Ciro Gomes abriu mais uma vez sua metralhadora de ataques contra Lula, o PT e a esquerda. O ex-candidato à presidência do PDT ainda atacou a imprensa progressista comparando-a ao bolsonarismo: “Sabe quem inventou o gabinete do ódio? Foi o Lula. Pergunta o que é DCM, o que 247, vê que eles abriram hoje, querendo criar um intriga de que eu estou defendendo a Polícia Federal.”
Os ataques de Ciro, que não são novidades, mostram mais uma vez seu papel na política nacional: aparecer como de esquerda para canalizar parte do eleitorado da esquerda para a direita. Dito de outra forma, Ciro é um tradicional político burguês do Ceará. Pertencente a uma das oligarquias que dominam o estado, ele nunca teve nenhuma relação com a esquerda.
A ideia de que Ciro seria de esquerda foi produzida pela própria burguesia, interessada em desviar os votos do PT nas eleições. Agora, passadas as eleições, Ciro serve com um ponte entre setores da esquerda e a direita, no sentido de uma frente ampla.
Ao atacar o PT, Ciro procura aparecer como um nome viável para a burguesia, ou parte dela, que já procura uma alternativa a Bolsonaro. Aparecendo com alguma ligação com a esquerda, canalizaria parte dos votos da esquerda, ao mesmo tempo em que tem a confiança da burguesia por sua política direitista. Nesse sentido, seria se apresenta como um candidato da frente ampla, capaz de unir a esquerda pequeno-burguesa e a direita tradicional.