Ao analisar os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nesta sexta feira dia 7 de agosto, o secretário-executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini afirmou que “ o crime tomou conta da Amazônia incentivado pelo próprio governo Bolsonaro”. Foram desmatados 9.205km² no período de 1 de agosto de 2019 a julho de 2020, número é o maior da série histórica e indicam que o Brasil fracassou no cumprimento de sua lei do clima, que limitava um desmatamento máximo de 3.925 km² para 2020.
Ainda segundo Astrini: “Isso também nos desvia da rota do Acordo de Paris, o que criará uma série de dificuldades comerciais para o Brasil no período crítico de recuperação econômica no pós-pandemia.”
Em nota o Observatório do Clima alegar que desde o início do governo Bolsonaro, povos indígenas, organizações ambientais, servidores públicos e Ministério Público, têm alertado sobre o desmonte da governança ambiental brasileira. Ainda na nota o afirma que: “Acontece porque a agenda do governo Bolsonaro é promover ativamente a devastação. Não é inépcia; é projeto.”
Embora o Ministério do Ambiente ainda exista houve um “fechamento branco”, onde desmantelaram os plano de combate aos desmatamento na Amazônia e no Cerrado, ignoraram o Acordo de Paris, iniciaram uma perseguição aos fiscais e não realizaram qualquer investimento para combate aos ilícitos ambientais, mesmo tendo 2 bilhões em caixa. Segundo trecho da nota: “Tal conjunto de ações e omissões, que o ministro do Meio Ambiente tão bem sintetizou na infame expressão ‘passar a boiada’, é o responsável direto pelo descontrole do desmatamento, que transforma o Brasil em pária internacional e ameaça levar embora investimentos no momento em que eles são mais necessários, o de recuperação econômica no pós-pandemia”
Segundo Suely Araújo, especialista-sênior em políticas públicas do Observatório do Clima: “O ministro do Meio Ambiente (Ricardo Salles) segue as ordens de seu patrão. Quem lucra com isso é o desmatador ilegal, o grileiro, o investidor no garimpo sem controle que explora trabalho escravo”. Ainda segundo Brenda Brito, pesquisadora-associada do Imazon: “Será difícil conter o desmatamento se o governo continuar a intenção de alterar a legislação fundiária para legalizar áreas desmatadas e invadidas ilegalmente. A grilagem de terras públicas é um vetor do desmatamento, que é estimulado com a expectativa de anistia e legalização”.
A nota ainda aponta que “Será também a primeira vez na história que o desmatamento na Amazônia tem duas altas seguidas na casa dos 30%”. Os dados deixam claro que o desmatamento é parte de uma política sistemática do governo golpista. Como todos os outros aspectos das políticas do governo golpista de Bolsonaro, essas politicas são contrários aos interesses da população, e servem como um veículos de transferência de recursos públicos da população, para as mãos dos grandes capitalistas.