Com a crise política e o avanço da direita, a esquerda pequeno-burguesa está tentando de todas as maneiras fazer demagogia com um setor da classe média esquerdista para angariar alguns votos e eleger alguns parlamentares.
São diversos exemplos que tem surgido e, inclusive, sendo propagandeado pela direita como os mandatos coletivos, ‘mandatas coletivas’ e, agora uma nova modalidade: os mandatos compartilhados.
O PCdoB elaborou essa tese e apresentou em seu portal na internet O Vermelho a solução para a crise política e o avanço do fascismo sendo o mandato compartilhado. A explicação é cheia de demagogia e clichês para jogar todas as suas cartas nas eleições. O texto apresenta que “em momentos de crise democrática, somente a imaginação política pode desengessar as velhas práticas e tradições”, também “enquanto uma reforma política que estabeleça o voto proporcional de lista fechada não vem, outras alternativas democráticas precisam ser encontradas.”
E a explicação para a crise vem com a seguinte frase: “No mandato compartilhado, esse vereador eleito não permanece no cargo por todo o mandato de quatro anos. Ele abre mão em algum momento para que seu primeiro suplente assuma por 6 meses, depois para que o segundo suplente assuma outros seis meses e assim por diante.”
Em primeiro lugar, o mandato compartilhado não combate o personalismo apresentado pelo PCdoB, isso porque continuam focado em pessoas ou parlamentares que fazem a sua campanha e tomam as decisões de acordo com suas cabeças e interesses, e não fazendo campanha pelo programa do partido.
Em segundo lugar, o PCdoB se esquece que não há solução mágica e criativa ou com grande imaginação para combater a crise política e o fascismo. A crise econômica, o golpe de estado, um regime militar aberto e o fascismo não podem ser combatidos com manobras esquisitas e sem mobilização dos trabalhadores, como estão sendo apresentadas.
O que combate o personalismo é um programa único para o partido e que deve ser seguido por todos os parlamentares, pois foi discutido democraticamente e deve ser colocado em prática como tal. Qualquer solução diferente desta é uma maneira de fazer apenas demagogia eleitoral.
No caso do PCdoB isso fica mais claro devido a sua política colocada em prática como o Movimento 65, uma política eleitoral difusa que que chama praticamente qualquer pessoa para sair candidato pelo partido e tentar se eleger, desde de setores muito direitistas que não tem nada com a esquerda. Revelando apenas uma política eleitoreira e somente interessada nos cargos obtidos através das eleições.