As sanções e bloqueios econômicos do imperialismo sobre o Irã, e particularmente sobre a Palestina, que, além de econômico, também sofre com o bloqueio militar, são responsáveis pelo aumento da crise pelo coronavírus na região.
Na faixa de Gaza, na Palestina, são 2 milhões de pessoas vivendo em um cubículo da região (a que tem maior densidade demográfica no mundo, portanto, mais suscetível a espalhar o vírus). A situação é ainda mais grave por não haver saneamento básico, nem água potável. Além disso, que já não é pouca coisa, a população também permanece sob intensa repressão, constantes bombardeios e destruição, uma catástrofe humanitária.
O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assistência Humanitária (OCHA) anunciou que o plano de resposta preparado pela Equipe Humanitária Regional exige US$ 34 milhões para impedir a propagação do vírus nos territórios palestinos ocupados. Em um relatório, eles enfatizaram que a capacidade do seu sistema de saúde de lidar com um aumento esperado no número de pacientes, permanece severamente limitada devido aos desafios de longo prazo e à escassez crítica que está ocorrendo, especialmente na Faixa de Gaza.
“A Cisjordânia e Jerusalém ocupada incluem os grupos mais vulneráveis, cuja condição pode exigir cuidados médicos extensivos, incluindo idosos, pessoas que sofrem de hipertensão, doenças pulmonares, insuficiência renal, doenças cardiovasculares e diabetes”, explicou a OCHA.
As pessoas que vivem em campos de refugiados e outras áreas pobres e densamente povoadas nos territórios palestinos ocupados correm um risco maior de infecção, devido à superlotação e aos maus sistemas de saneamento, conforme alertou a OCHA.
A United Nations Relief and Works Agency – UNRWA, agência das Nações Unidas de assistência e obras para refugiados palestinos no Oriente, também lançou um apelo independente e urgente, solicitando US$ 14 milhões para cobrir as intervenções do cobid-19 em suas cinco áreas de operações, pelos próximos noventa dias.
A agência faz um apelo por ajuda para impedir a transmissão do vírus nas terras palestinas ocupadas, para fornecer cuidados adequados aos pacientes infectados e para apoiar suas famílias, para mitigar os piores efeitos dessa pandemia.
A ONU confirmou que, até agora, apenas 24% do plano de resposta preparado pela Equipe Humanitária Regional foi financiado, incluindo uma provisão de US$ 4,8 milhões que em breve será concedida pelo Fundo Humanitário.
Melhor sorte não socorre ao Irã, que não pode importar equipamentos para seu sistema de saúde, sendo que ele foi um dos maiores afetados pela pandemia, tendo registrado 134 novas mortes por coronavírus nas últimas 24 horas, elevando o total do país a 3.294, disse o porta-voz do Ministério da Saúde do país nesta sexta-feira. Os casos confirmados somam 53.183, afirmou ele na TV estatal, acrescentando que 4.035 estavam “sob observação”, um termo que pode significar que estão em condições críticas.
Do total de pessoas diagnosticadas com Covid-19, 17.935 se recuperaram, acrescentou. O Irã é o país mais afetado pelo vírus no Oriente Médio.
Também Cuba denunciou, na quarta-feira, que as restrições do embargo imposto pelos Estados Unidos frustraram a doação de máscaras, ventiladores e testes para detectar o vírus SARS-CoV-2 enviado pelo gigante eletrônico chinês Alibaba à ilha, que já tem seis mortes e 212 casos confirmados de Covid-19. “As coisas são sempre mais difíceis para Cuba. Mesmo em tempos de pandemia, nós cubanos não podemos respirar facilmente”, disse o embaixador do país em Pequim, Carlos Miguel Pereira, citado na capa do jornal oficial “Granma”, que conta como a empresa de transportes contratada por Alibaba desistiu de chegar aos portos da ilha.
Muitas vozes estão sendo levantadas para pedir as suspensões das restrições dos EUA a países como Irã, Venezuela e Cuba, em um momento em que a pandemia do coronavírus está atingindo os sistemas de saúde e economias em todo o mundo. Uma campanha online na plataforma de ativismo cidadão Change.org, iniciada por cubanos que vivem em território americano, já reuniu mais de 15,8 mil assinaturas para pedir a Trump que derrube o embargo ao menos provisoriamente.
Oito países em conflito com os Estados Unidos, incluindo Irã, Venezuela, Cuba e Nicarágua, pediram em carta ao secretário-geral da ONU, divulgada nesta quinta-feira, para pressionar Washington a suspender sanções contra eles, no âmbito da luta mundial contra o coronavírus.
Segundo comunicado da ONU, a velocidade com a qual as ondas expansivas da pandemia estão atingindo as economias dependentes do imperialismo tornam a situação ainda mais dramática. Os efeitos secundários deste choque são difíceis de prever, mas há claros indicadores de que as coisas ficarão muito piores para a economia desses países. O valor das moedas caiu entre 5% e 25% desde o início do ano, também em ritmo mais rápido que o da crise financeira global. O preço das matérias-primas, uma das principais fontes de receita , caiu em média 37%.
A crise é tamanha que nem um órgão do próprio imperialismo, a ONU, consegue esconder a política criminosa do imperialismo nos embargos econômicos.
Por tudo isso, é preciso que se denuncie esses embargos econômicos como atos criminosos, e que, a esta altura em que vivemos sob o manto tenebroso do Covid19, a sua manutenção equivale a uma prática genocida, e um atentado contra a humanidade cometido intencionalmente, com reflexos globalizantes, impedindo o extermínio do vírus.
Abaixo o bloqueio imperialista! Fora imperialismo do Oriente Médio!