Nada parece mais fantasioso do que os dados estatísticos divulgados pelos órgãos públicos sobre o coronavírus. Todo mundo conhece um caso em que alguém, com os sintomas dessa “peste”, morreu sem que tivesse nenhum teste que comprovasse a causa. O que indica que o caso não foi contabilizado e que os dados sobre esses vírus estão sendo manipulados de acordo com a conveniência do governo.
Tanto é assim, que, como não há testes para certificar a existência do Covid-19, e estando os casos aumentando exponencialmente, só dá para concluir que os dados estão errados, e estão errando para muito menos com certeza.
A prova de que isso está acontecendo é que, há uma semana sem realizar autópsias, o Serviço de Verificação de Óbitos da cidade de São Paulo (SVOC) segue recebendo corpos de mortes por causas naturais, de acordo com o depoimento de um funcionário à Agência Pública. De acordo com ele, o serviço tem recebido corpos de pessoas que faleceram em suas residências, mas também em algumas Unidades de Pronto Atendimento (UPA). Nesses casos, ele relata que é assinado o óbito sem realização de mais testes que possam comprovar ou descartar morte pelo novo coronavírus.
“Não vai ter laudo. Os casos que estão vindo de mortes na residência, o médico já está assinando o óbito. Não está fazendo autópsia”, afirmou o funcionário. Ele não soube precisar quantos corpos passaram pelo serviço nesta semana.
Ainda segundo o funcionário, toda a equipe da secretaria de laudos e administração está sem trabalhar. A situação é reflexo da decisão do governo estadual do último dia 20 de março. Na data, uma portaria definiu que corpos envolvendo mortes suspeitas por Covid-19 ficam sob responsabilidade do serviço de verificação. Contudo, para proteção dos profissionais, eles podem evitar exames invasivos e registrar as mortes como “causa indeterminada neste momento”.
O médico Paulo Saldiva, professor de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), considera acertada a decisão do governo de São Paulo. “Essas medidas protegem a equipe. Para você fazer uma autópsia de Covid-19, precisa ter uma sala de proteção nível 3, no mínimo, contra infecção. Não tem como fazer essas autópsias e garantir a segurança de todo o ciclo, desde o transporte do cadáver até a entrega à família, porque o corpo é aberto, fluidos orgânicos ficam mais acessíveis às superfícies externas. Esse é um risco tanto para quem faz a autópsia, como para a família”, afirma. Saldiva é o coordenador do projeto que desenvolveu, nos últimos seis anos, as técnicas de autópsia minimamente invasivas que estão sendo utilizadas no HC.
A Secretaria Estadual de Saúde confirma que a determinação é não realizar autópsias em pessoas falecidas por causas naturais para proteção dos trabalhadores, já que, segundo o governo, não há condições de realizá-las em massa sem risco de infecção. O órgão informou que apenas futuramente será possível informar quantas mortes ocorreram nessa situação ou estimar possíveis relações com o coronavírus.
A secretaria reforçou que a resolução do governo estadual cita que “as determinações internacionais desaconselham a realização da necropsia em casos de suspeita de Covid-19” e acrescenta que “exames necroscópicos não têm sido realizados em casos de rotina nos países mais afetados pela Covid-19, como se verifica na China, Itália e Espanha”, descreve.
Há notícias manipuladas, hospitais sem testes, UTI’s sem leito…A pior sorte nos aguarda. Para quem não tem condições de lidar com essa situação, como é o caso da maioria do povo brasileiro, um povo com um população de 52,8 milhões de pessoas na faixa da pobreza, segundo dados do Banco Mundial de 2018, o futuro ganha contornos bastante dramáticos.
Alguns podem se esconder, mas ninguém vai poder fugir do inevitável destino de ver a epidemia estourar diante de tanta escassez de recursos.