O vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, liberado pelo ministro Celso de Mello do STF, revelou muitas coisas sobre o governo Bolsonaro, uma delas o seu apetite em destruir o patrimônio nacional. Não que fosse propriamente uma novidade, mas expôs de maneira bastante clara a política antipovo do governo de extrema-direita. Na reunião, entre outras coisas, Paulo Guedes defendeu abertamente a venda imediata do Banco do Brasil, que segundo ele não serve para nada.
“Vende logo essa porra” disse. E, ainda, “o BNDES e a Caixa, que são nossos, públicos, a gente faz o que a gente quer. Banco do Brasil a gente não consegue fazer nada, e tem um liberal lá”, se referindo ao presidente atual do banco Rubem Novaes, indicado por ele e membro do grupo conhecido como “Chicago boys”, que integra o grupo de economistas defensores da receita neoliberal, que inclui a entrega de praticamente tudo no Estado aos capitalistas.
Destaque ainda para a fala de Rubem Novaes “a gente não tem a mesma facilidade de contratação, a gente não tem a mesma facilidade de demissão de maus funcionários. Quer dizer, tudo tem que submeter ao governo, tem o Tribunal de Contas travando tudo, não é? Tribunal de Contas é, hoje em dia, é uma usina de terror”
As falas deixam muito claro a que se propõe a equipe econômica de Bolsonaro, destruir o patrimônio nacional, caso do Banco do Brasil – primeiro banco do País e de Portugal criado em 1808 por D. João VI, possui cerca de 200 mil funcionários e terceirizados. Antes do golpe de 2016 era o maior banco do país, maior de crédito rural e mais de 15 mil agências que levam a oportunidade de acesso ao sistema financeiro a inúmeras pequenas cidades do país. Em 2019 foi, inclusive, reconhecido pela própria burguesia como banco mais sustentável do mundo.
A contradição da ânsia de Paulo Guedes em entregar a empresa aos tubarões financeiros de Wall Street – o mesmo já declarou que gostaria de entregar o banco ao Bank of America, um banco falido e bancado pelo Estado norte-americano – e os números da empresa, mostram que na política econômica do governo não há qualquer cálculo real de interesse do país, pois quer destruir uma empresa que traz lucros ao Estado brasileiro.
Os ataques ao banco e, principalmente, seus funcionários não são de agora, desde o golpe de 2016 e o governo Temer a instituição tem sido atacada, tido subsidiárias importantes vendidas, demissões, cortes de benefícios, reajustes no plano de previdência e de saúde dos trabalhadores, como forma de tornar a empresa mais atrativa aos capitalistas internacionais.
Desta forma, é fundamental que os trabalhadores reajam firmemente a mais esse ataque, forcem os sindicatos à reabertura das sedes e retomadas das manifestações em defesa dos trabalhadores e da empresa.